Emater/RS-Ascar e Embrapa trabalham na construção de um projeto de agricultura ESG

Durante a Expodireto Cotrijal 2023, entidades reuniram-se para discutir uma proposta de trabalho que engloba essa visão e busca inserir esse conceito nas propriedades rurais

13.03.2023 | 13:51 (UTC -3)
Marcela Buzatto - Emater/RS-Ascar

“Environmental, Social and Governance”, a sigla ESG, em português, significa a boa governança ambiental, social e corporativa. É uma prática que busca sustentabilidade nas corporações do mundo inteiro e também está presente no setor agro. Na semana passada, durante a Expodireto Cotrijal 2023, entidades reuniram-se na Casa da Família Rural, espaço da Emater/RS-Ascar na feira, para discutir uma proposta de trabalho que engloba essa visão e busca inserir esse conceito nas propriedades rurais, através de práticas de manejo ESG.

O encontro reuniu a diretoria da Emater/RS, o presidente Christian Lemos e o diretor técnico Claudinei Baldissera, representantes da Embrapa, os gerentes do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Luciano Schwerz e Cleomar de Bona, e representantes da Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato, de Palmeira das Missões, local aonde um projeto similar foi iniciado.

“O que nós estamos debatendo aqui é uma proposta estruturante para o RS, através da construção de modelos de produção que vão dar mais resiliência e eficiência produtiva aos agricultores, garantindo os grandes objetivos ambientais que hoje nós discutimos nos fóruns internacionais, de uma agricultura ESG. Queremos levar aos agricultores familiares muito mais oportunidades para inserção de mercado e também uma renda para a família. É um compromisso que estamos assumindo, um trabalho que estamos iniciando agora, uma proposta que a gente construiu junto ao Governo do Estado e pretendemos executar em todas as regiões. Queremos fazer uma verdadeira revolução, seja nas áreas com dificuldade hídrica, áreas mais baixas aonde tem que trazer manejo de água e irrigação, seja através da conservação do solo, com manejo e práticas conservacionistas, nas regiões mais deficitárias”, explicou o analista chefe adjunto do Centro de Pesquisa da Embrapa Trigo, Giovani Stefani Faé.

Segundo o diretor técnico da Emater/RS, Claudinei Baldissera, esse conceito de agricultura pode agregar muito às propriedades rurais. “Isso inclui, dentro das práticas ESG, as questões de governança, responsabilidade ambiental e de responsabilidade social. Ela abriga essas três frentes. E a ideia é inserir nessa proposta a Emater/RS como uma certificadora dessas propriedades, através desse conceito de governança social e ambiental. Esse conceito ESG é discutido em gestão pública e se discute também na agricultura. São frentes de trabalho importantes e, na agricultura, prevê sistemas de produção sustentáveis. Essa é a chave. Por isso, a proposta é juntar essas práticas em um projeto, através da adoção de práticas de manejo ESG, e poder fazer essa identificação das unidades de produção”, argumentou o diretor da Emater/RS.

Na região de Frederico Westphalen, um trabalho com similaridades a esse projeto já foi iniciado, visando práticas agrícolas mais sustentáveis, e deve ser consolidado esse ano, se tornando uma referência para outras regiões do Estado. “Essa é uma construção que iniciamos, unindo a extensão, os meios de ensino e a pesquisa em prol de um projeto regional que visa à melhoria das condições de uso do solo, da sustentabilidade e, em especial, o aumento da geração de renda. Esse trabalho oportuniza, inclusive, as alternativas e melhores estratégias para o cultivo do outono, para que o produtor possa fazer uma safra melhor, produzindo alimento para os animais, grãos para ração, para possível produção de etanol, para comercialização de grãos, produção de plantas de cobertura, agregando à qualidade química, física e biológica do solo”, contextualizou o gerente regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Luciano Schwerz.

O projeto a que eles se referem são as Unidades de Referência Técnica (URTs) iniciadas na região, para apresentar diferentes variedades de cereais de inverno como oportunidade e uma estratégia para ampliar a rentabilidade do produtor. No ano passado foram instaladas oito URTs de cereais de inverno em municípios da região. Na oportunidade, dias de campo e reuniões técnicas foram realizadas, como uma das estratégias de socialização dos resultados do estudo aos produtores rurais e técnicos da área. A Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato, de Palmeira das Missões, foi um dos locais sede dessas práticas. A intenção das entidades, nesse ano, é dar continuidade ao projeto, intensificando as ações e propondo práticas de manejo sustentáveis aos agricultores gaúchos.

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