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Em 1975 quando o produtor paranaense Carlos Alberto Ferreira Castilho, mais conhecido como Carlinhos, chegou em Candeias do Jamari, distrito de Porto Velho, em Rondônia, sabia que os desafios seriam grandes. Mas, o objetivo não era apenas desbravar e estabelecer novas áreas, mas sim, formar uma fazenda produtiva e rentável adaptada às condições da região, e assim fez. Após longos anos de dedicação e muito trabalho transformou a propriedade em referência na região. Com foco inicial prioritário na produção pecuária, o criador atualmente também se dedica à atividade de piscicultura como negócio complementar.
Na fazenda Juliana, propriedade de 2.800 hectares, há um giro anual médio de 2.000 mil cabeças, das quais realiza o ciclo completo: cria, recria e engorda, sendo 100% a pasto em uma área aproximada de 1.500 hectares. Diante desse modelo de criação extensiva, a preocupação com a qualidade das pastagens é constante, principalmente nos períodos de inverno. “O segredo para garantir a alimentação do gado somente a pasto é planejamento. Nos períodos mais críticos para nós aqui, o plano que adotamos é deixar a palhada mais alta e aumentarmos a ureia do suplemento mineral”, diz Carlinhos.
Por estar em uma região tropical, muito úmida em relação a outras áreas do país, a pastagem mesmo no período mais crítico na fazenda Juliana não chega a secar, mas isso não significa que o cuidado precisa ser menor. A estratégia adotada é a rotação dos animais. “Separamos os bovinos em piquetes e à medida que vão comendo vamos deslocando eles, fazendo a troca de pasto. Cada lote tem um espaço já separado”, detalha o pecuarista.
Desde 2010 a fazenda utiliza as sementes da Soesp – Sementes Oeste Paulista. Em visita à fábrica da empresa, em Presidente Prudente/SP, Carlinhos conheceu os produtos e se encantou com a qualidade que viu. As sementes blindadas com tecnologia Advanced, chamaram sua atenção. Os produtos recebem ainda na fábrica tratamento industrial para garantir sua blindagem. A Soesp aplica dois fungicidas e um inseticida à superfície das sementes, todo esse processo tecnológico assegura um altíssimo valor cultural nas sementes de Panicuns spp. e Brachiarias spp. em razão da alta pureza e viabilidade.
Isto ajuda a garantir a formação de uma pastagem homogênea, contribuindo para o aumento da produtividade do rebanho e otimizando a produção da fazenda como um todo. “Quando eu conheci resolvi que queria levar toda essa tecnologia para Rondônia. Fomos os pioneiros aqui no estado a utilizar essa solução. Desde então temos crescido, batendo as metas que estipulamos, e uma clientela muito fantástica e satisfeita”, comemora o produtor.
Em sua área de pastagem atualmente, a fazenda Juliana possui cerca de 30% da área plantada com Panicum maximum cv. BRS Zuri e os outros 70% é ocupado pelas Brachiarias spp., o que garante uma média de cinco cabeças por alqueire. “Utilizamos a cultivar Marandu e a BRS Piatã no inverno, que é o período das águas aqui. Nós intensificamos engorda nos Panicuns spp. e no verão concentra mais nas Brachiarias spp. e estamos muito satisfeitos com esse modelo implantado e temos um ganho de peso médio diário por animal de 1,2kg na terminação”, confidencia Carlinhos.
Em 2007 o produtor estava incomodado com a baixa fertilidade de algumas áreas de pastagem em sua propriedade e foi em busca de alternativas para aproveitar de alguma forma esses espaços. A opção encontrada foi a piscicultura. A legislação estadual permite a construção de tanques de peixe em locais degradados em APPs. Foi então o casamento perfeito, aproveitou as áreas mais baixas e começou a estruturar a construção dos tanques, descobrindo uma nova aptidão. Hoje, são 25 hectares de lâmina d’agua, distribuídos em 45 tanques, que produzem cerca de 160 toneladas por ano.
Na piscicultura o foco é a criação de tambaqui e pirarucu, este último também conhecido como o bacalhau brasileiro. Atualmente já comercializam para Goiânia/GO e para São Paulo. “Hoje nossa produção ainda é pequena em relação ao consumo crescente, por isso já planejamos a construção de uma nova área para intensificar toda a cadeia de peixe, cria, recria, engorda. Além disso, queremos já abater e levá-los limpos para o mercado na capital paulista, onde concentra-se o maior público consumidor”, adianta o produtor.
O produtor também já planeja a integração de fato da piscicultura com a pecuária, ou seja, utilizar as águas dos tanques para irrigar os pastos. “Este é um projeto que também está em nossos planos e aumentaria ainda mais nossa eficiência”, diz ele. Outra ideia que está em estudo é em até três anos começar a reformar os pastos, com o milho, aí sim vai integrar lavoura-pecuária-piscicultura. “Como a agricultura demorou para chegar em nossa região, este será nosso próximo passo, estamos aprendendo para entrar nesse segmento também”, finaliza.
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