Fixação biológica de nitrogênio pode reduzir as emissões de GEE na agricultura
"Uma das soluções para reduzir essas emissões é aplicar menos fertilizante nitrogenado nas lavouras, mas isso tem que ser feito sem prejudicar a produção"
Um evento realizado no CIB - Centro de Inovação Brasil, da DuPont, na cidade de Paulínia (SP), analisou resultados parciais de ensaios que a companhia e produtores de uva realizam em conjunto na região do Vale do São Francisco. O estudo busca comprovar a eficácia do produto Tyvek® na proteção de lavouras contra chuvas, raios solares e outros efeitos externos que causam danos às plantas e aos frutos.
Tyvek® é um produto com múltiplas aplicações, atualmente utilizado em roupas de segurança e proteção, embalagens e na indústria gráfica, por exemplo. É definido pela DuPont como um material não-tecido de alta resistência, composto por 100% de fibras de polietileno de alta densidade. Resistente à água e ao mesmo tempo respirável, Tyvek® é ainda altamente refletivo, segundo a DuPont.
“Não é papel, é mais forte, unindo as melhores características de um papel, de um filme sintético e de um tecido. É possível perfurá-lo e dobrá-lo com precisão. Tyvek® apresenta uma textura natural e suporta ambientes difíceis e extremos", explica Júlio Tabegna, gerente de tecnologia da DuPont.
De acordo com a companhia, os testes em andamento estão baseados no programa global de inovação da DuPont e têm foco na contribuição de Tyvek® à produção de uva de alta qualidade nas safras do Vale do São Francisco. A DuPont adianta que há indicativos de que o emprego de Tyvek® na cobertura de lavouras contribui para prolongar o período da safra e o amadurecimento da fruta.
“Há fortes evidências de que Tyvek® é eficiente na proteção das lavouras contra ventos, mudanças bruscas de temperatura, chuvas, radiação excessiva e ataques de insetos e fungos", destaca Angela C. Vargas, engenheira de desenvolvimento e aplicação da DuPont.
“O objetivo da DuPont no médio prazo é a certificação de Tyvek® como uma tecnologia de fomento à qualidade da uva e à rentabilidade do produtor do Vale do São Francisco", reforça Luiza Cantanhede, executiva de marketing da companhia.
São parceiros da DuPont no desenvolvimento do projeto Tyvek® Uva o consultor e produtor Newton Shun-Iti Matsumoto e o produtor Eduardo Shoiti Nakahara.
Matsumoto é um engenheiro agrônomo referenciado no agronegócio, além de sócio da Rupestris Consultoria e proprietário da fazenda Área Nova, de Petrolina (PE), com 40 hectares. Shoiti Nakahara, engenheiro agrônomo especializado em gestão empresarial, pertence à família controladora da fazenda Vale Verde, com 190 hectares, também em Petrolina (PE).
Maior polo de fruticultura irrigada do Brasil, o Vale do São Francisco fechou suas exportações em US$ 213 milhões no ano passado, ante US$ 220 milhões de 2013. Os embarques de uva caíram 11% em dólares, fechando em US$ 93 milhões, e 35% em quantidade, para 28 mil toneladas. Para a Câmara de Fruticultura do Vale do São Francisco, a principal causa dessa queda foi o clima nublado entre o final de 2013 e o início de 2014, que impactou negativamente na fertilização dos cachos e no desenvolvimento da fruta.
A região do Vale fica entre os estados de Pernambuco e Bahia e responde por 98% das exportações brasileiras de uva. Nos dias de hoje, contudo, a produção do Vale do São Francisco está mais voltada ao mercado interno do que ao externo. Divididos entre a manga e a uva, há aproximadamente 21 mil hectares cultivados na região. Em 2008, em torno de 60% da produção de uva eram destinados ao mercado externo, enquanto atualmente o volume exportado é da ordem de 20% a 30%.
Segundo a DuPont, novos ensaios de campo irão ocorrer em breve e a expectativa é divulgar os primeiros resultados consolidados da pesquisa no primeiro semestre de 2016.
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"Uma das soluções para reduzir essas emissões é aplicar menos fertilizante nitrogenado nas lavouras, mas isso tem que ser feito sem prejudicar a produção"
"A depender do grau de comprometimento da lavoura, justifica-se, em tese, a destruição dos 'pés' como forma de erradicação, sobretudo à luz do princípio da supremacia do interesse público"