Maratona Matina é realizada em agosto
Diferentemente do que foi comentado no levantamento anterior, a safra brasileira de soja 2010/11 perdeu um pouco do ritmo nos negócios por parte dos produtores. Com isso, além de não ser mais recorde para o período, o que já havia acontecido no mês passado, também passou a ter ritmo abaixo da média. Mas por outro lado, voltou a ter movimentação acelerada para a safra 2011/12, mantendo o ritmo bem adiantado sobre a normalidade. Basicamente essas foram as três constatações básicas do décimo levantamento sobre o fluxo de comercialização no país realizado pela maior consultoria da América Latina, a SAFRAS & Mercado.
"Resumidamente essa falta de motivação maior para as venda da safra atual está relacionada com: algum recuo nos preços domésticos, que acompanharam a queda das cotações na CBOT, e a volta da taxa de câmbio para patamares inferiores a R$ 1,60; pelo volume de produção que veio sendo reavaliado para cima nos últimos levantamentos; e pelo ritmo um pouco abaixo do esperado e projetado da demanda, seja interna, seja para exportação", explica o analista de SAFRAS, Flávio França Júnior.
De acordo com os números levantados por SAFRAS, até a posição de 8 de julho já tínhamos comprometimento de 72% da estimativa atual para a safra 2010/11 no país. Esse posicionamento passa agora a ficar abaixo dos 73% anotados em igual momento do ano que passou. E também permaneceu inferior aos 75% levantados como a média para os últimos cinco anos. Vai ficando também bem aquém dos 79% registrados na safra 2007/08. Ao considerarmos a atual estimativa de S&M para esta safra de 73.850 mil t, isso significa um volume comprometido de impressionantes 53.105 mil t.
O último destaque desse relatório de comercialização da soja brasileira vem da observação de que os negócios da safra 2011/12, que começa a ser plantada apenas em outubro, seguem em ritmo bastante adiantado para o período. Lembrando que S&M só divulga sua intenção de plantio da nova safra daqui há duas edições. Entretanto, ao tomarmos a safra deste ano como referência, chegamos a uma projeção de que perto de 12% da futura produção no Brasil já estaria comprometida pelos produtores. No ano passado essa taxa estava apenas em 5%. Esse ritmo vai ficando bem acima dos também 5% da média para cinco anos. E só fica abaixo dos 15% observados na safra 2007/08. Destaque para as indicações preliminares de que 22% da safra do Mato Grosso estaria comprometida, contra 12% da média (RS 3x0, PR 5x2, MS 10x6, GO 13x6, SP 9x2, MG 7x3, BA 13x5 e SC 0x0). A motivação dos negócios vem essencialmente da antecipação das compras de fertilizantes para o próximo cultivo e da prática de interessantes preços por parte dos compradores, em muitos casos até melhores que os atuais.
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