Justiça Federal autoriza usina a comercializar etanol diretamente a posto de gasolina no interior de SP
Usina poderá vender etanol combustível diretamente aos postos revendedores em Araçatuba sem sofrer restrições previstas em normas da ANP
Os mecanismos de exportação ao alcance dos produtores e as relações comerciais com a indústria foram abordados em palestra realizada na noite desta terça-feira, 29 de maio, na 11ª edição da Semana Arrozeira, promovida pela Associação dos Arrozeiros de Alegrete, que ocorre no CTG Aconchego dos Caranchos, no município da Fronteira Oeste. O palestrante foi Elton Machado, presidente da Associação dos Arrozeiros de Arroio Grande.
Machado abordou os descontos no arroz realizados pela indústria e a Instrução Normativa 6 do Ministério da Agricultura (Mapa) que os regulamenta. Destacou que existem três tipos de tabela para determinar a umidade do grão e a indústria escolhe qual vai utilizar. Questionou se não deveria ser utilizada uma tabela padrão, uma vez que o produto é único. “A principal ferramenta do produtor para saber qual o desconto é realizado no grão que está sendo entregue são os relatórios apresentados”, alertou.
O dirigente destacou que muitas empresas acabam descontando o peso da umidade no grão e, uma vez aplicada a tabela, o desconto se daria em cima do arroz sem impureza, porém, o que acontece é que o percentual a ser aplicado leva em consideração o peso de lavoura. Ressalta que a IN 6 mostra claramente a metodologia que deve ser utilizada na classificação do arroz por todos os secadores e indústria, mostrando que a maioria dos subprodutos devem ser valorizados e jamais descontados a zero, esse desconto se dá diretamente no valor a ser pago. “A IN 6 também trata claramente a metodologia a ser aplicada para classificação, e pelos relatórios de venda podemos concluir que muitos não seguem tal metodologia, aplicando descontos bem mais onerosos ao produtor”, explica.
Segundo Machado, muitas vezes os sistemas são falhos e um simples erro pode causar uma distorção que venha a prejudicar a comercialização do arroz no seu valor final. Disse que, por isso, o produtor deve buscar a informação por meio dos relatórios. “Quanto mais produtores tiverem o real conhecimento desses descontos, teremos uma luz no fim do túnel, porque hoje a cadeia orizícola está prensada em um preço de venda absurdo, sem levar em conta todos esses descontos promovidos pela indústria”, observou.
O presidente da Associação dos Agricultores de Dom Pedrito, Cristiano Cabrera, que mediou a palestra, afirmou que os produtores muitas vezes não se dão conta ao ler os relatórios e tem surpresas quando chegam com o produto na indústria. “O arrozeiro paga arrendamento, tem quebra no arroz, paga seus funcionários e investimentos, e acaba ficando em uma situação muito difícil”, relatou.
Cabrera também falou sobre o apoio de todas as associações de produtores à mobilização dos caminhoneiros. Destacou que chegou o momento de terminar o protesto e de recolher a participação do setor. “Os nossos direitos acabam quando estamos prejudicando o direito do próximo. Quem trabalha com leite, por exemplo, chegou a uma situação quase precária. Já somos bastantes visados, principalmente os arrozeiros, portanto, não precisamos de mais essa carga de estar prejudicando a comunidade. Agora temos de tratar dos problemas da nossa cadeia produtiva, como a tributação, as assimetrias do Mercosul, entre outros”, concluiu.
A 11ª edição da Semana Arrozeira continua nesta quarta-feira, dia 30 de maio, com a apresentação do programa Cerealiza e a palestra “Tendências do Agronegócio Mundial e Brasileiro para Grãos e Carnes, com Vlamir Brandalizze. Também ocorrerá a entrega da tese da presidente da Associação dos Arrozeiros de Alegrete, Fátima Marchezan: “Atributos de solo e planta em função da aplicação cumulativa de cinza de casca de arroz no cultivo do arroz irrigado”.
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura