Deputados destacam contribuição da Embrapa para desenvolvimento de Mato Grosso

Uma sessão especial na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, realizada na tarde desta última quinta-feira (20), homenageou os 40 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, completados no último mês de abril. Na oportunidade os parlamentares destacaram o importante papel da Embrapa para o desenvolvimento do estado.

A sessão foi presidida pelo deputado José Domingos Fraga, que representou o deputado José Riva, autor da proposta da homenagem. Ele relembrou a história da empresa ao longo destas quatro décadas e enfatizou como esta trajetória está associada ao desenvolvimento da produção agropecuária do estado.

“Se não fosse a pesquisa, Mato Grosso não estaria neste patamar de produção.”

O diretor-executivo da Embrapa, Ladislau Martin Neto, que representou o presidente da empresa, Maurício Lopes, destacou a atuação dos pesquisadores e técnicos em Mato Grosso mesmo antes da inauguração da Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT).

“O trabalho da Embrapa nestes 40 anos e o desenvolvimento de Mato Grosso se sintonizam. Muito antes de ter esta Unidade, os trabalhos com soja, milho, algodão e pecuária tiveram impacto importantes aqui. E a gente vê o estado se tornando um protagonista nacional na produção de grãos, de carne e com muitas outras possibilidades. Então é um momento muito importante para parar e celebrar isto”, destacou Ladislau.

Nestes 40 anos, Mato Grosso saiu de uma condição em que a maior parte das terras eram consideradas improdutivas e se tornou o maior produtor de grãos brasileiros, com uma safra de quase 40 milhões de toneladas em 2012, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Mato Grosso lidera a produção nacional de soja, milho de 2ª safra, girassol e algodão, além de ter o maior rebanho bovino, com mais de 29 milhões de cabeças.

Ladislau ainda ressaltou a importância de algumas tecnologias geradas pela Embrapa e seus parceiros, como, por exemplo, o desenvolvimento de cultivares mais produtivas e a fixação biológica de nitrogênio da soja.

“Vale muito investir em ciência e tecnologia. Somente a fixação biológica de nitrogênio gera uma economia para os produtores brasileiros de R$ 7 bilhões anualmente. Isto representa mais de três vezes o orçamento anual da Embrapa”, exemplificou o diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento.

O deputado federal Eliene Lima também participou da sessão especial na Assembleia e parabenizou o trabalho desenvolvido pela Embrapa.

"A Embrapa é um grande exemplo bem sucedido no Brasil. É um exemplo de orgulho e de resultado comprovado", disse.

Os parlamentares aproveitaram a homenagem para pedirem ajuda da Embrapa para melhorar a geração de renda e as condições dos cerca de 140 mil pequenos agricultores do estado. Para isso, reconhecem a necessidade do fortalecimento da Empaer, empresa estadual responsável pela assistência técnica e extensão rural em Mato Grosso.

“Resgatar a assistência técnica e extensão rural é um compromisso que temos com a sociedade. Temos de revitalizar e rejuvenescer a Empaer para que ela possa exercer seu papel. Com os técnicos capacitados pela Embrapa, poderemos levar a tecnologia para o campo”, disse José Domingos Fraga.

O deputado Nininho destacou a atuação do pesquisador Valter Peters, que há anos desenvolve atividades em Mato Grosso, sobretudo na produção de sementes e transferência de tecnologia. Já o deputado estadual Airton Português demonstrou preocupação com as extensas áreas degradadas no estado.

“Peço que a Embrapa nos auxilie na recuperação de áreas degradas de mata, lavoura e de pastagem”, solicitou.

“Novas tecnologias devem ser geradas, com preocupação grande na sustentabilidade e na agregação de valor. Nós temos um contingente muito grande de pequenos agricultores, para quem a agregação de valor é fundamental para a melhoria da renda e da qualidade de vida”, disse o chefe-geral da Embrapa Agrossilvipastoril, João Flávio Veloso Silva.

Em julho do ano passado foi inaugurada em Sinop/MT a Embrapa Agrossilvipastoril. A Unidade desenvolve pesquisas para viabilizar sistemas de produção integrados entre lavoura, pecuária e floresta, contribuindo para o desenvolvimento da agropecuária de baixa emissão de carbono.

As pesquisas com agropecuária sustentável desenvolvidas na Embrapa Agrossilvipastoril ainda incluem projetos em fase inicial com sistemas agroflorestais (Safs); integração lavoura, pecuária e florestas; florestas plantadas; recuperação de pastagens degradadas; fixação biológica de nitrogênio em gramíneas; aproveitamento na agricultura de resíduos animais e vegetais; produção de capim elefante para fins energéticos; cultivo de dendê irrigado para produção de biodiesel; recursos hídricos; biocarvão; física, química e microbiologia de solos; emissões de gases de efeito estufa do solo para a atmosfera e pela pecuária; indicadores de sustentabilidade; entre outros.

A Unidade também desenvolve pesquisas com manutenção de recursos genéticos de espécies nativas como a castanha-do-brasil e estudos envolvendo o pau de balsa, árvore nativa da Amazônia Central, de rápido crescimento, e que possui grande potencial de utilização na produção de compensados e revestimentos.

Cerca de R$ 46 milhões já foram investidos no Centro de Pesquisa, que conta atualmente com 103 empregados, sendo 42 deles pesquisadores.

“É um centro de pesquisa muito bonito, temos 24 laboratórios bem montados. Valeu a pena. Estamos construindo uma estrutura para suportar atividades de pesquisa que com certeza serão referência mundial”, afirma João Flávio Veloso Silva.