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A agropecuária mato-grossense tem enfrentado um cenário de custos em alta, especialmente em fertilizantes e defensivos. É o que aponta o Projeto CPA - Custo de Produção Agropecuária da Safra 2025/26, conduzido pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), apresentado nesta quarta (17/9), em Cuiabá (MT).
Na soja, por exemplo, o custo total da safra 2025/26 alcançou R$ 7.657,89/ha, aumento de 7,69% em relação à safra anterior, impulsionado principalmente pela elevação de 9,23% nos gastos com fertilizantes e de 4,33% com defensivos. No milho, o custo total avançou 9,69%, atingindo R$ 6.684,91/ha, também pressionado por insumos agrícolas.
Ao mesmo tempo, a rentabilidade das principais atividades sofre pressão. A soja, que em 2024/25 registrou Lajida de R$ 1.961,45/ha, tem projeção de queda de 43,76% para 2025/26, recuando para R$ 1.103,03/ha. No milho, a margem de rentabilidade também retrai, com o Lajida estimado em R$ 515,60/ha, queda de 47,86% em relação à safra anterior. O algodão, mesmo permanecendo como a cultura mais atrativa da segunda safra, também aponta redução expressiva na margem, com Lajida projetado em R$ 4.097,35/ha, queda de 33,61% frente a 2024/25.
Segundo os analistas de custos de produção do Imea, Abraão Viana e Milena Habeck, o CPA aponta caminhos de eficiência e gestão capazes de mitigar riscos e preparar o produtor para oscilações de mercado. O relatório mostra, por exemplo, que o ponto de equilíbrio da soja em 2025/26 será de 52,49 sc/ha, enquanto a produtividade projetada é de 60,45 sc/ha, garantindo ao produtor uma margem sobre o custo operacional efetivo de 7,96 sc/ha. No milho, a estimativa de produtividade de 116,61 sc/ha supera o ponto de equilíbrio de 107,29 sc/ha, permitindo que, mesmo diante do aumento dos custos, a atividade mantenha viabilidade econômica.
Atualmente, o CPA monitora 12 atividades agropecuárias em Mato Grosso, incluindo soja e milho, algodão, pecuária de corte, pecuária de leite, suinocultura, cana-de-açúcar, eucalipto, feijão, gergelim, peixe redondo e teca. A edição atual ainda ampliou o estudo para duas novas atividades: apicultura e cafeicultura. A iniciativa, segundo Rodrigo Silva, coordenador de inteligência do Imea, representa a evolução e o compromisso do projeto em retratar de forma cada vez mais ampla a diversidade do agro.
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