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Além do elevado potencial para a produção de biomassa, com forte apelo para a geração de energia em usinas, a cultivar de sorgo BRS 716, desenvolvida pela Embrapa, tem mostrado grande versatilidade de cultivo em condições de pouca chuva na segunda safra, após a colheita da soja. Nessa época de semeio é possível produzir forragem para o gado e cobertura do solo para o sistema plantio direto. Essas constatações foram obtidas por meio de experimento realizado em parceria entre a Embrapa Milho e Sorgo e a Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp (Universidade Estadual Paulista) Campus de Botucatu-SP. O estudo revelou que, mesmo sob condições limitantes de água em razão do período de cultivo, a cultivar chegou a produzir quase 14 toneladas por hectare de matéria verde. Os dados foram apresentados em novembro durante a 9ª Jornada Científica e Tecnológica da Faculdade de Tecnologia de Botucatu, sendo que o trabalho foi premiado como a melhor apresentação oral na área de Agronegócio.
O sorgo biomassa da Embrapa foi usado em um experimento conduzido há 16 anos pela Unesp no município paulista de Botucatu, onde são semeadas em teste, na primavera, diferentes opções de plantas de cobertura. “O objetivo do trabalho foi avaliar o comportamento da cultivar de sorgo BRS 716 como opção de cultivo de inverno para a produção de silagem, sendo que o interesse em testar essa espécie se deve à necessidade de encontrar culturas com tolerância à seca, principalmente para sistemas agrícolas de sequeiro e para regiões que apresentam inverno seco”, explica o professor do Departamento de Produção e Melhoramento Vegetal da Unesp Juliano Carlos Calonego, um dos autores do trabalho.
A região de Botucatu, em São Paulo, tem grande aptidão para a pecuária leiteira e é também polo na produção de gado de corte, aves e suínos. “É muito importante termos opções de cultivos de inverno para a produção de alimento para o gado, principalmente para cultivos tardios, saindo da época recomendada para o milho safrinha”, destaca Calonego. Segundo o professor, outra necessidade para a região é a avaliação de culturas que possam ser usadas como plantas de cobertura no sistema plantio direto, pois, de acordo com ele, “esta espécie (sorgo), pela capacidade de crescimento que apresenta na rebrota, passa a ser potencial cultura produtora de palha para proteção do solo e ciclagem de nutrientes”. “A cultivar BRS 716 demonstrou ter crescimento rápido, com alta produtividade de matéria seca e tolerância ao déficit hídrico, que são critérios importantes para escolha da planta que será usada na cobertura do solo”, endossa o professor.
O objetivo da equipe da Unesp e da Embrapa Milho e Sorgo foi avaliar a produção de silagem a partir de três culturas em dois sistemas de manejo do solo: no sistema plantio direto e também com o uso do método conhecido como escarificação, que promove a descompactação, operação feita a cada três anos no estudo em questão. A área do experimento avaliada no sistema plantio direto é sempre cultivada com soja na safra de verão, semeada sob a palhada das culturas anteriores, sendo que, desde o início da implantação do experimento, foram cultivados milheto, sorgo e crotalária. No início do período seco do ano passado (ano agrícola 2018/2019), a cultivar de sorgo BRS 716 foi semeada com espaçamento de 45 centímetros entrelinhas e densidade de 145 mil plantas por hectare. O sorgo foi cultivado até o ponto de silagem, sendo que a colheita foi realizada em agosto de 2019.
De acordo com o professor da Unesp Juliano Calonego, a produção de matéria verde e seca do sorgo para silagem atingiu, respectivamente, 13.933 quilos por hectare e 6.672 quilos por hectare. “Cabe ressaltar que essas quantidades de biomassa no ponto de ensilagem foram obtidas com 126 dias de cultivo e apenas 170 mm de chuva acumulada entre a semeadura e o momento da avaliação”, afirma. Para se obter boa taxa de cobertura do solo, segundo o pesquisador Ramon Costa Alvarenga, da Embrapa Milho e Sorgo, é necessário produzir acima de seis mil quilos por hectare de matéria seca de palhada. “Portanto, com os resultados obtidos, apenas o milheto na rotação de culturas atendeu, muito embora o sistema de cultivo imposto no experimento há 16 anos mostre que os aportes de cobertura vegetal propostos pelos tratamentos estão próximos deste potencial, com exceção do cultivo do solo com escarificação a cada três anos”, conclui o professor Calonego.
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