Cultivar de batata-doce BRS Gaita é lançada para dupla finalidade na Expoagro Afubra

A Embrapa lança nova cultivar de batata-doce, a BRS Gaita

22.03.2018 | 20:59 (UTC -3)
Cristiane Betemps

A Embrapa lança na área de hortaliças uma nova cultivar de batata-doce, a BRS Gaita, que possui dupla finalidade: para consumo humano e animal, e ainda, para produção de álcool. A nova cultivar foi obtida a partir do Banco Ativo de Germoplasma de Batata-Doce da Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS), e possui características atraentes para o mercado internacional de batatas-doce pela sua forma alongada e a polpa de cor branca a creme. A possibilidade de uso na produção de biocombustíveis está garantida pela presença de cerca de 27g de amido em sua composição, o que lhe garante um alto desempenho como fonte de energia, pois os valores padrões trabalhados giram em torno de 19g e 24g. O lançamento foi realizado na tarde desta terça-feira (20/03), na 18ª edição da Expoagro AFUBRA, uma das maiores feiras de Agricultura Familiar no país, no Parque da Expoagro,  na localidade de Rincão Del Rey, município de Rio Pardo/RS.

O ato de lançamento aconteceu na área institucional da Embrapa junto as lavouras demonstrativas, onde os agricultores familiares puderam verificar o desempenho da nova cultivar. Uma das curiosidades dos agricultores é  quanto a nova cultivar pode oferecer de álcool. E o pesquisador respondeu: "Produz 130 litros/tonelada, numa produtividade de 75 toneladas/hectare. Quase sete vezes mais que a produção da média geral que é de 13 toneladas/hectare". O momento foi prestigiado pelo chefe-geral da UD, Clenio Pillon; o chefe de P&D, Jair Nachtigal e o representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) Ricardo Furtado. Os visitantes foram convidados a degustar o doce de batata-doce para apreciação e conhecer as características das plantas e dos tubérculos nas lavouras da Exposição.

Características da Cultivar BRS Gaita

Embora, a nova cultivar tenha sido testada nas condições da região sul do Brasil, segundo o pesquisador responsável pela condução do trabalho Luís Antonio Suita de Castro, da Embrapa Clima Temperado (Pelotas,RS), a BRS Gaita terá boas condições de adaptação nas demais regiões do país.

A batata-doce possui folhas grandes, de cor verde e em forma de coração. A estrutura da raiz desenvolve em média cinco batatas por planta. É alongada, a cor predominante da pele e da polpa é creme. Sob condições corretas de cultivo, com mudas de alta sanidade, foram obtidas produções de até 75 toneladas por hectare. As raízes não apresentam constrições, aspereza de casca, veias ou rachaduras.

Para a produção de biocombustíveis, além da concentração de amido, a cultivar apresenta um tamanho de tubérculo desejável para este mercado - a BRS Gaita pode chegar ao tamanho de 1,5kg - já que quanto maior for o produto, mais interessante ele se torna para este fim. Por esta característica, ela também apresenta ampla utilização para consumo animal, pois preferem produtos maiores do que os usados para o consumo humano.

Em termos de aceitação sensorial, pelo consumo humano, a nova cultivar é classificada como boa a ótima, devido ao sabor característico, moderadamente intenso, com regular doçura.
 
Aquisição e Multiplicação de mudas
Mudas de alta sanidade são fornecidas por viveiristas credenciados pelo Mapa com o acompanhamento de técnicos da Embrapa Clima Temperado e da Embrapa Produtos e Mercado, Escritório do Capão do Leão. As mudas são produzidas com elevados padrões técnicos, por pessoas treinadas e em estruturas de multiplicação com ambiente monitorado. "No momento estamos apenas divulgando o processo de multiplicação, mas em breve esperamos que as mudas já possam chegar ao mercado", esclareceu Suita. Há expectativa pela Embrapa que a Frutplan e a própria AFUBRA sejam os fornecedores destas mudas da BRS Gaita.

 Considerando o custo, recomenda-se que o agricultor compre e multiplique as mudas matrizes de batata-doce adquiridas, utilizado canteiros de multiplicação para  produção de batatas com elevados padrões fitossanitários, que posteriormente fornecerão as ramas utilizadas em plantios nos proximos três ou quatro anos.

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