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Experimento conduzido em 13 localidades do Brasil indicou que ganhos produtivos em trigo não se relacionam de forma direta com o nível de infecção fúngica das folhas. Por outro lado, o uso de fungicidas reduziu drasticamente a severidade das manchas foliares no trigo e elevou o rendimento de grãos e o peso do hectolitro.
Os dados relacionam-se apenas aos fungos Pyrenophora tritici-repentis (causador da mancha-amarela), Cochliobolus sativus (causador da mancha-marrom) e Parastagonospora nodorum (causador da mancha da gluma) -- e não devem ser considerados fato para outras doenças.
As conclusões emergem de uma série de ensaios coordenados pela Rede de Ensaios Cooperativos de Trigo, iniciativa coordenada pela Embrapa Trigo. Os testes avaliaram oito combinações de fungicidas em cultivares com diferentes níveis de resistência.
A eficácia dos fungicidas foi evidente. As aplicações reduziram a severidade média das doenças de 18,9% (sem tratamento) para 3,7% no melhor tratamento. A produtividade aumentou em até 792 kg/ha em relação à testemunha (sem tratamento).
Entre os tratamentos, segundo teste de Tukey a 5% de significância, não houve diferença.
Contudo, o padrão esperado — menor severidade resultando em mais grãos — não se confirmou. Análises estatísticas não mostraram relação direta entre os níveis de doença nas folhas e o rendimento final da lavoura. Situações paradoxais foram registradas: locais com alta severidade apresentaram alta produtividade, e locais com baixa severidade, produtividade limitada. Isso desafia a percepção intuitiva.
Os pesquisadores sugerem que fatores adicionais podem ter influenciado os resultados. Doenças de espiga, como giberela e brusone, e variações microambientais específicas, podem ter tido papel decisivo na determinação da produtividade, independentemente da presença das manchas nas folhas.
Essa constatação impõe um paradigma para o manejo. Reduzir a severidade foliar continua sendo essencial, mas não garante - isoladamente - altos rendimentos. O ambiente e a interação entre múltiplos patógenos impõem um grau de incerteza que apenas estratégias integradas conseguem enfrentar.
Apesar da ausência de correlação direta, o uso de fungicidas trouxe benefícios tangíveis. Os produtos eficazes registraram alguns dos melhores desempenhos em rendimento e peso do hectolitro.
O uso de fungicidas elevou o PH médio dos grãos, saindo de 69,8 kg/hL (sem tratamento) para 73,3 kg/hL nos tratamentos mais eficazes. Ainda assim, poucas amostras atingiram o padrão Tipo II do mercado, o que reforça a influência de outros fatores de campo.
A pesquisa envolveu 14 ensaios, dos quais 12 apresentaram incidência significativa da doença. As aplicações seguiram três estágios fenológicos definidos, com pulverizações de precisão e intervalos de até 18 dias.
Foram comparados oito tratamentos com diferentes combinações químicas. Todos mostraram eficácia superior ao controle padrão (trifloxistrobina + tebuconazol). Três mantiveram a severidade abaixo de 5%.
O rendimento médio nas parcelas sem tratamento ficou em 2.100 kg/ha. Já nos tratamentos com fungicidas, o rendimento médio variou de 2.546 kg/ha a 2.898 kg/ha.
Mais informações podem ser obtidas no Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 128, no site da Embrapa.
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