Controle de plantas daninhas dobra produtividade de Pinus taeda

Estudo mostra que manejo físico ou químico aumenta em até 72% o volume de madeira por hectare

18.08.2025 | 08:02 (UTC -3)
Revista Cultivar

O controle de plantas daninhas nos primeiros anos após o plantio pode dobrar a produtividade de povoamentos de Pinus taeda no sul do Brasil. Estudo conduzido em áreas experimentais nos municípios de Caçador e Campo Belo do Sul revelou que o manejo da matocompetição aumenta o crescimento e a produção de biomassa aérea das árvores.

Pesquisadores compararam nove métodos de controle, incluindo capina manual, herbicidas em área total ou apenas nas linhas de plantio e manejos com diferentes durações. As áreas sem controle apresentaram o pior desempenho. No município de Caçador, onde a competição por luz, água e nutrientes foi mais intensa, o controle por 24 meses elevou a biomassa total de 27,3 para 58,6 toneladas por hectare. A biomassa do tronco cresceu, em média, 72% com qualquer tipo de manejo.

Mesmo sem diferenças estatísticas em Campo Belo do Sul, o controle físico resultou em aumento de até 62% na biomassa do tronco. O estudo aponta que o volume de madeira por hectare também subiu: 72% em Caçador e 51% em Campo Belo do Sul.

A distribuição da biomassa mudou conforme o tipo de controle. O uso de herbicidas na área total direcionou maior proporção de carbono para o tronco (62%). Já o controle de 24 meses favoreceu a produção de galhos e acículas, indicando prioridade da planta em formar copa para captar mais luz.

Os dados mostraram forte correlação entre diâmetro do tronco e biomassa total (r = 0,80), sugerindo que é possível estimar a produtividade com base em medições simples de campo. Altura da árvore apresentou correlação mais fraca.

O experimento utilizou mudas clonais de segunda geração, plantadas com espaçamento de 2,5 x 2,5 m ou 2,5 x 3,0 m, sem adubação. Os tratamentos seguiram padrões técnicos e normas de certificação florestal. A vegetação concorrente incluía gramíneas como Brachiaria mutica e espécies arbustivas como Baccharis spp..

Os pesquisadores reforçam que o controle da matocompetição é decisivo para o sucesso silvicultural do Pinus taeda em ambientes subtropicais. Contudo, ressaltam que aspectos como qualidade da madeira e sanidade florestal não foram abordados.

Outras informações em doi.org/10.3390/agrochemicals4030014

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