Controle biológico da lagarta-do-cartucho no milho é tema de curso para países africanos

A FAO, Embrapa e os governos de Moçambique e Cabo Verde promovem o curso

05.07.2019 | 20:59 (UTC -3)
Guilherme Viana ​

Com registro da presença da lagarta-do-cartucho nas lavouras de milho desde 2016 no continente africano – as primeiras infestações ocorreram na Nigéria – as perdas provocadas pela praga vêm aumentando ano após ano. Segundo informações do Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar de Moçambique, uma das instituições integrantes da delegação de 10 países africanos que veio ao Brasil ano passado para conhecer as tecnologias de controle, as perdas são significativas para a reserva alimentar da população, que tem o milho como base da sua dieta.

Por meio de uma parceria entre a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), Embrapa e os governos de Moçambique e Cabo Verde, será ofertado o curso “Spodoptera frugiperda e seu manejo com tecnologias sustentáveis voltadas para países africanos” a partir do próximo dia 8 de julho, na Embrapa Milho e Sorgo, Unidade localizada na região Central de Minas Gerais. O evento terá a coordenação do pesquisador Ivan Cruz, da área de Entomologia, que tem cooperado com as instituições africanas na tentativa de mitigar o problema por meio de missões e de apresentação de tecnologias de controle.

Em missão recente, o pesquisador esteve em Cabo Verde para capacitação de profissionais do governo deste país juntamente com técnicos de Moçambique e Guiné Bissau. “A capacitação terá foco no controle biológico da praga e, em especial, sobre a produção e utilização da vespa Trichogramma, que é um inseto benéfico que atua exclusivamente nos ovos da lagarta-do-cartucho”, explica. Segundo ele, a tecnologia transferida para os técnicos de Cabo Verde e Moçambique ficará sob a responsabilidade dos institutos de pesquisa e de transferência de tecnologia de cada país. 

Em Cabo Verde, o INIDA (Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário) está à frente da capacitação. Já em Moçambique é o IIAM (Instituto de Investigação Agrária). Nos países africanos, o milho é produzido por pequenos produtores. “A utilização da vespa Trichogramma e de outras tecnologias sustentáveis também desenvolvidas pela Embrapa e utilizadas pelos produtores brasileiros, além da eficiência e baixo custo, não coloca em risco a saúde do produtor, do consumidor e do ambiente agrícola”, ressalta o pesquisador Ivan Cruz. A capacitação será realizada até o próximo dia 19 de julho.

SERVIÇO 

Curso internacional: Spodoptera frugiperda e seu manejo com tecnologias sustentáveis voltadas para países africanos  

Coordenação: Pesquisador Ivan Cruz 

Parcerias: Embrapa, FAO, Governos de Cabo Verde (INIDA) e Moçambique (IIAM) e Faped (Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento) 

Local: Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) 

Período: 8 a 19 de julho de 2019


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