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No dia 22 de outubro, às 16h, dentro do Painel III – Biofertilizantes na mitigação de estresses abióticos, o Conexão Abisolo contará com a participação do professor e pesquisador Daniel Zandonadi (na foto), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que ministrará a palestra “Atualizações em Substâncias Húmicas”. A apresentação trará um panorama das pesquisas mais recentes sobre o tema, destacando os mecanismos de ação, aplicações e impactos no desempenho das plantas em diferentes culturas.
Formado em Agronomia pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), Zandonadi iniciou seus estudos sobre substâncias húmicas ainda na graduação, em 2000. Com mestrado em Produção Vegetal e doutorado em Biociências e Biotecnologia, incluindo período sanduíche na Texas A&M University, o pesquisador tem trajetória marcada pela combinação entre agronomia, bioquímica e biologia molecular.
Segundo Zandonadi, a diversidade de materiais disponíveis e o comportamento diferenciado de um mesmo produto em espécies distintas de plantas são aspectos centrais do tema. “Existem vários tipos de substâncias húmicas e cada uma pode provocar respostas distintas, influenciadas também pela concentração aplicada. No Brasil, geralmente são vendidas com alguma porcentagem de nutrientes minerais, classificadas como biofertilizantes ou fertilizantes organominerais”, explica.
Entre os principais mecanismos observados, estão o aumento do enraizamento — com raízes mais longas e ramificadas, explorando melhor as camadas mais férteis do solo —, a ativação da absorção de nutrientes, a melhoria da fotossíntese e o fortalecimento da interação com microrganismos benéficos. Esses efeitos contribuem para aumentar a tolerância das plantas a estresses abióticos, como seca, salinidade e oscilações de temperatura, e até reduzir a incidência de patógenos.
Embora a absorção pelas plantas seja uma via importante, Zandonadi ressalta que nem sempre é necessária para que as substâncias provoquem efeitos positivos. “Elas podem ser aplicadas via solo ou de forma foliar, e mesmo o simples contato com a planta ou com a rizosfera pode desencadear respostas fisiológicas relevantes”, afirma.
O pesquisador também destaca resultados consistentes obtidos em culturas como o milho, tanto em estudos laboratoriais quanto em experimentos de campo conduzidos por instituições como Embrapa e USDA (Departamento de Agricultura dos EUA). Em um estudo conduzido em 35 fazendas nos Estados Unidos, por exemplo, houve aumento médio de 9% na produtividade do milho, com casos que chegaram a superar 60%. A redução da produtividade também foi observada, por isso a importância da pesquisa científica independente para verificação dos mecanismos de ação de cada produto específico, uma vez que determinadas substâncias húmicas podem disparar respostas semelhantes a um estresse moderado.
Para Zandonadi, a difusão das substâncias húmicas no Brasil evoluiu significativamente nos últimos anos. “Quando comecei a trabalhar com isso na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), no início dos anos 2000, poucos pesquisadores conheciam o tema. A liderança nas pesquisas pelo grupo do Professor Luciano Canellas na ocasião gerou um impacto reconhecido internacionalmente. Hoje, o tema já faz parte da rotina de professores, consultores e produtores, e está incorporado à pesquisa e ao mercado”, resume.
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