Conab estima produção de grãos na safra 2023-24 em 312,3 milhões de toneladas

Volume é 2,4% inferior ao obtido na temporada passada; a queda é explicada pela baixa ocorrência de chuvas e as altas temperaturas registradas nos estados do Centro-Oeste e pelo excesso de precipitações no Sul

07.12.2023 | 09:47 (UTC -3)

Os produtores brasileiros deverão colher 312,3 milhões de toneladas de grãos na safra 2023/24, volume 2,4% inferior ao obtido na temporada passada. A queda na estimativa de produção neste ciclo é explicada pela baixa ocorrência de chuvas e as altas temperaturas registradas nos estados do Centro-Oeste;

e pelo excesso de precipitações no Sul do país. Essas condições climáticas adversas afetaram o desenvolvimento de importantes culturas, como soja e trigo. Os dados são da Conab.

“O comportamento do clima este ano é o fator mais determinante para as culturas que estão em plantio e em desenvolvimento em função do El Niño. Além disso, os atrasos no plantio da soja abrem incertezas para o milho 2ª safra”, pondera o diretor de política agrícola e informações da Conab, Sílvio Porto.

O arroz tem previsão de alta na safra de 7,5%, podendo chegar a 10,79 milhões de toneladas. O melhor resultado é influenciado pela maior área destinada ao produto bem como uma recuperação na produtividade. Ainda assim, o desenvolvimento da cultura, em especial no Rio Grande do Sul, principal estado produtor, tem sido afetado pelas condições climáticas adversas. O excesso de chuvas tem gerado uma umidade excessiva no solo, o que impede a conclusão da semeadura e dificulta os tratos culturais.

O feijão apresenta cenários diversos nas lavouras cultivadas nesta primeira safra pelo país. Em São Paulo as condições gerais, até o momento, são de bom aspecto fitossanitário. Os efeitos das altas temperaturas e baixas precipitações foram amenizados pelo uso de irrigação. Já em Minas esse cenário de calor e irregularidade de chuvas trazem impactos nas operações de implantação e de manejo das lavouras. Ainda assim, somadas as três safras da leguminosa a expectativa é de uma produção de 3,1 milhões de toneladas.

O clima também tem trazido impacto para a soja, principal cultura cultivada no país. O plantio da oleaginosa continua atrasado em todas as regiões produtoras. Em alguns estados, os trabalhos de implantação da cultura ficaram próximos aos da última safra, como Paraná e Mato Grosso. Com a irregularidade climática há a sinalização de redução da produtividade nos estados do Centro-Oeste. Em Mato Grosso as lavouras ainda apresentaram uma evolução satisfatória, mesmo com o pouco volume pluviométrico recebido. Já em Goiás, Minas Gerais, Matopiba e Rio Grande do Sul, a área semeada se encontra bem abaixo do ocorrido na safra 2022/23. No Rio Grande do Sul é devido ao excesso hídrico, e nas demais regiões é por conta da irregularidade ou falta de precipitações.

Diante deste cenário, a estimativa de produção da soja nesta safra é de 160,2 milhões de toneladas. O clima ainda é um fator que pode influenciar neste resultado, principalmente quando ocorrem os estágios de floração e enchimento dos grãos.

Panorama semelhante é encontrado para o cultivo do milho 1ª safra. Os extremos climáticos, típicos de anos de influência do fenômeno El Niño, continuam a ocorrer nas regiões produtoras, atrasando o plantio do cereal. Neste primeiro ciclo de cultivo do grão, é projetada uma produção de 25,3 milhões de toneladas - queda de 7,5% em relação à safra anterior. Já a colheita total de milho está estimada em 118,53 milhões de toneladas.

Nas culturas de inverno, foi identificada queda na produtividade em quase todos os produtos quando comparada à última safra. Para o trigo, principal produto, as chuvas volumosas, ventanias, granizo, enchentes, muita nebulosidade e poucos dias com sol dificultam a conclusão da colheita no Rio Grande do Sul. O volume de produção está estimado em 8,1 milhões de toneladas.

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