Comitiva australiana conhece a produção de cevada no Brasil
Grupo representando o governo da Austrália participou de evento promovido na Embrapa Trigo, em Passo Fundo (RS), sobre o cultivo do grão
03.11.2023 | 15:30 (UTC -3)
Joseani Antunes, edição Cultivar
Um grupo representando o governo australiano e empresas de melhoramento genético, por meio do consórcio Grains Australia , esteve na Embrapa Trigo, em Passo Fundo (RS), para trocar informações sobre a produção de cevada. O encontro abre caminho para o intercâmbio de germoplasma entre Brasil e Austrália.
Nos últimos anos, a Austrália esteve na posição de 2º maior produtor mundial de cevada, com aproximadamente 14 milhões de toneladas/ano. Grande parte da produção é destinada ao mercado internacional, onde a Austrália assume o posto de maior exportação mundial de cevada. Mesmo com a queda de 26% na produção nesta safra, caindo de 2º para 3º produtor mundial, a Austrália ainda deve colher 10,5 milhões de toneladas de cevada e depende do mercado internacional para garantir a liquidez dos grãos
Prospectar novos mercados foi o que motivou a vinda do grupo australiano até o Brasil. No mundo, o principal destino da cevada é a alimentação animal (65% da produção), e o Brasil é o segundo maior produtor mundial e o primeiro maior exportador de carne bovina, é o terceiro maior produtor de aves e o primeiro maior exportador e é o quarto maior produtor e exportador de carne suína.
“A produção brasileira sempre esteve voltada para a indústria de malte, ainda assim as lavouras brasileiras suprem apenas 45% da demanda”, lembra o pesquisador da Embrapa Trigo Aloisio Vilarinho, destacando que tem crescido gradativamente o uso da cevada como alimento conservado para bovinos e na indústria de ração, inclusive com o desenvolvimento de cultivares específicas para este propósito.
“Além de conhecer o trabalho da pesquisa brasileira no melhoramento genético de cevada, viemos compartilhar experiências envolvendo aproximar especialistas dos dois países prospectando futuras parcerias”, conta Mary Raynes, diretora de marketing do centro de exportação de grãos da Austrália (AEGIC).
Para o chefe de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Trigo, Mércio Strieder, o encontro deverá implicar em resultados futuros no intercâmbio de germoplasma e troca de conhecimentos entre instituições de pesquisa e fomento dos dois países. “A Austrália utiliza um modelo de negócios onde a pesquisa pública conta com maior investimento da iniciativa privada para alcançar melhores resultados na agricultura. Um exemplo a ser buscado pela Embrapa para seguir avançando”, conclui o pesquisador.
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