Colmeia Viva faz treinamento sobre boas práticas entre agricultura e apicultura para fiscais e técnicos, no Paraná

Objetivo foi fortalecer a importância da formalização dos apicultores locais, além de instruir sobre os pontos a serem averiguados em caso de mortalidade de abelhas envolvendo a relação entre agricultura e apicultura

21.02.2022 | 15:05 (UTC -3)
Rafael Iglesias

As boas práticas entre a apicultura e a agricultura foram temas de duas aulas realizadas pelo programa Colmeia Viva, do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), nos dias 8 e 9 de fevereiro, em Maringá (PR). Estiveram presentes mais de 70 pessoas entre fiscais e técnicos. O treinamento foi ministrado pelo apicultor e doutor em zootecnia Heber Luiz Pereira.

O curso foi feito em parceria com a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR) do Estado e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Além de gerar conhecimento às equipes das instituições, o objetivo foi fortalecer a importância da formalização dos apicultores locais, além de instruir sobre os pontos a serem averiguados em caso de mortalidade de abelhas envolvendo a relação entre agricultura e apicultura.

Para Pereira, a formalização da apicultura ajuda os agricultores a identificarem locais com presença de abelhas, evitando aplicações que possam ser, mesmo minimamente, prejudiciais a elas. "A profissionalização dos apicultores é muito importante. E uma dessas vantagens é a melhor relação com a agricultura. O trabalho mais organizado e com gestão não está relacionado ao porte da atividade, ou a ser um grande apicultor, mas a praticar os compromissos e as boas práticas".

O bom convívio entre apiários e áreas agrícolas é muito importante, visto que as atividades se complementam, explica Daniel Espanholeto, coordenador do Colmeia Viva e especialista do Sindiveg para o uso correto e seguro de defensivos agrícolas. "A apicultura é essencial para a produção de alimentos. Sem a polinização realizada pelas abelhas, a produção de culturas dependentes poderia sofrer perdas de 40% a 100%. São os casos da maçã e maracujá.”

Em relação à metodologia de atendimento técnico para ocorrências de mortalidade de abelhas por possível contaminação de defensivos agrícolas Daniel Espanholeto destaca a importância de uma minuciosa investigação envolvendo as práticas agrícolas nas redondezas do apiário, abrangendo as culturas e sua dependência e as práticas adotadas pelos apicultores, principalmente em relação à produção de alimentos, limpeza e manejo das caixas para transporte e a própria comunicação entre os produtores.

O engenheiro agrônomo João Miguel Toledo Tosato, fiscal da Adapar, salienta a importância do programa realizado pelo Sindiveg. "É perfeitamente possível a convivência entre as atividades. Para isso, tanto apicultura quanto a agricultura devem ser realizadas por meio de boas práticas, respeitando e cuidando para não prejudicar a produção do vizinho. Nesse sentido, os profissionais do Colmeia Viva são grandes aliados dos apicultores na aquisição do conhecimento."

Tosato alerta para os cuidados especiais que os agricultores devem ter com bicos utilizados na pulverização, bem como a pressão da aplicação, para que não haja a chamada deriva dos produtos para propriedades vizinhas. "É de extrema importância que os profissionais de agronomia não recomendem a aplicação de defensivos em momentos de floração, já que é o momento de visitação das abelhas." Nesse período, afirma, o ideal é indicar insumos menos tóxicos para as abelhas e redobrar a atenção para que as aplicações sejam seguras e eficazes.

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