Codevasf investe R$ 11 milhões para impulsionar fruticultura irrigada no Vão do Paranã

As ações iniciaram com um projeto-piloto que beneficiou 10 famílias de agricultores familiares em Flores de Goiás; recursos foram empregados em sistemas de irrigação localizada por microaspersão

15.03.2024 | 13:31 (UTC -3)
Lúcio Flávio Silva, edição Revista Cultivar
Foto: Cássio Moreira
Foto: Cássio Moreira

O projeto de fruticultura irrigada do Vão do Paranã, no Nordeste de Goiás, ganhou novo impulso por meio da atuação da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Agricultores familiares da região - localizada na tríplice junção de Goiás, Bahia e Minas Gerais - estão sendo beneficiados pela empresa com sistemas de irrigação localizada por gotejamento e microaspersão para produção de frutas como manga e maracujá. A iniciativa está ajudando a transformar a realidade econômica de uma das regiões menos desenvolvidas do estado. O investimento é da ordem de R$ 11 milhões.

“Os agricultores são os protagonistas desse processo de desenvolvimento regional e expansão da agricultura irrigada. A Codevasf e as instituições parceiras têm atuado para prover o suporte necessário para que os produtores do Vão do Paranã desenvolvam suas atividades de modo sustentável e sejam agentes de desenvolvimento no estado de Goiás. A estrutura de irrigação oferecida aos agricultores permite que produzam mais e melhor, com uso racional e eficiente da água. O resultado é a geração de emprego e renda e a ampliação da produção de alimentos para o país”, afirma Marcelo Moreira, diretor-presidente da Codevasf.

As ações foram iniciadas com um projeto-piloto que beneficiou 10 famílias de agricultores familiares em Flores de Goiás. Os recursos foram empregados em sistemas de irrigação localizada por microaspersão para a cultura da manga e em sistema de gotejamento e espaldeira (para cultivo de espécies trepadeiras) para a cultura do maracujá. Cada beneficiário é atendido com R$ 40 mil, referentes ao sistema de irrigação, e mais R$ 25 mil, do sistema de espaldeira, totalizando R$ 65 mil. A expectativa é que sejam atendidos cerca de 300 produtores até o próximo ano. Além de Flores de Goiás, as ações também atenderão os municípios de Formosa e São João d'Aliança.

“Graças à nossa experiência de 50 anos com a implantação de projetos irrigados exitosos no vale do São Francisco, cremos que podemos ajudar a fomentar gradualmente a fruticultura irrigada em outras regiões onde atuamos e que também têm grande vocação agrícola. Estamos confiantes que vamos vencer os desafios e viabilizar a fruticultura irrigada em Goiás, transformando uma das regiões mais carentes do estado em um grande produtor de frutas”, ressalta o diretor da Área de Gestão de Empreendimentos de Irrigação da Codevasf, Luís Napoleão Casado.

Além dos investimentos em sistemas de irrigação localizada e espaldeiras, a Codevasf descentralizou recursos na ordem de R$ 2 milhões para a Embrapa Cerrados realizar o monitoramento socioeconômico e ambiental da ação; desenvolver estratégias para o manejo da irrigação; promover ações de comunicação, capacitação e transferência de tecnologia e criar um aplicativo para auxiliar os agricultores no manejo da irrigação.

Colhendo os primeiros frutos

Parte dos produtores já está fazendo a primeira colheita de maracujá. O plantio ocorreu em outubro do ano passado. A expectativa de produtividade está entre 25 e 30 toneladas por hectare, o que pode gerar faturamento de R$ 150 mil a R$ 200 mil por hectare.

Vanderley Gomes Jorge é um dos produtores beneficiados com os investimentos da Companhia em Flores de Goiás. Antes de participar do projeto-piloto, ele e a esposa plantavam hortaliças e vendiam a produção por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do governo federal. Como outros agricultores, ele resolveu apostar na produção de frutas.

“Eu e minha esposa plantamos 1.333 pés de maracujá e 425 pés de manga. Agora, estamos ansiosos com a primeira colheita de maracujá”, explica. O agricultor planeja para o futuro aumentar o plantio de maracujá, pois, segundo ele, “a renda é rápida e bem melhor do que hortaliça”.

A agricultora Luciana Sousa dos Santos também participa do projeto-piloto com o plantio de manga e maracujá. “O maracujá tem uma produção mais rápida. A manga é mais demorada. São uns três anos para começar a produzir. O maracujá vem na frente para cobrir as despesas com insumos e mão de obra”, explica. Ela também está animada com a colheita. “Já estou começando a colher os frutos. Já fizemos até cursos para aproveitar o excedente dos frutos que não vão para o mercado para produzir geleia, doces em pasta e doce em corte”, comemora.

Para a execução do projeto, a Codevasf possui parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa/GO), a Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e com as prefeituras dos municípios de Flores de Goiás, Formosa e São João d'Aliança.

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