Tratamento de Semente Industrial proporciona segurança e qualidade ao produtor
Cooperativas e sementeiras certificadas são fontes de tecnologia ao agricultor
Um dos destaques do ESALQSHOW - Fórum de Inovação para o Agronegócio Sustentável, que ocorre no campus da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP ESALQ), em Piracicaba (SP), foi a realização pela primeira vez de uma Clínica de Consultoria para Startups e Empreendedores com foco em agricultura e agronegócios.
Interessados em empreender ou empreendedores com startups em diferentes estágios tiveram seções de consultorias de 40 minutos cada, de forma exclusiva e individual, focadas em alguns dos módulos mais importantes para o desenvolvimento de sua atividade e materialização das ideias, como orientações sobre a identificação de oportunidades, desenvolvimento de protótipos, validação da solução proposta, estruturação de equipe e organizacional da empresa, captação de recursos, desenvolvimento e viabilidade do projeto, desenvolvimento e estratégias de marketing, levantamento dos custos e discussões sobre a real necessidade dos gastos e microcrédito para pessoas físicas ou jurídicas.
Desde o começo deste ano, nove alunos da ESALQ que fazem parte do PET (Programa de Educação Tutorial) – Biotecnologia Agrícola, do Ministério da Educação, se prepararam para esse projeto, recebendo treinamentos do SEBRAE e da Usina de Inovações, supervisionados pelo professor Mateus Mondin, tutor do Programa. Em um dia foram realizados 25 atendimento e houve fila de espera, tamanho o interesse na iniciativa.
“A ideia da Clínica nasceu após a realização do painel de agricultura digital no ESALQSHOW do ano passado e de alguns eventos que participei. Percebemos que as pessoas estavam saindo com dúvidas e gostariam de receber uma assistência um pouco mais formalizada. Como não há nada nesse formato, encaramos o desafio de montar algo novo. Passamos este ano todo planejando como executar, desde a formatação das salas, a forma de atendimento, encontrar os parceiros, participação nos treinamentos, em eventos e estudos internos. Os alunos executaram com sucesso a clínica, atingindo todos os resultados esperados, com um grande número de inscritos, até com fila de espera”, avalia Mondin, que realizou uma pesquisa de satisfação com os participantes. “Todos estavam muito satisfeitos com o que lhes foi ofertado, com o nível e a qualidade dos recursos humanos disponíveis. Vale ressaltar que são alunos do primeiro, segundo e quarto ano, ou seja, são jovens ainda que estão no processo de formação, mas já estão totalmente preparados para o mercado de trabalho”, salienta o professor.
Para Bruna Marques Moreno, aluna do quinto ano de engenharia agrônomica, a experiência foi muito enriquecedora. “A Clínica me fez crescer bastante porque a responsabilidade levar uma informação importante para as pessoas é muito grande, porque elas chegam com um problema e você tem que apresentar uma solução em um tempo muito restrito. É preciso mostrar tudo o sabe em um curto espaço de tempo. Tive contato com milhões de ideias diferentes, pessoas muito criativas, que querem muito mudar as coisas, têm vontade, mas não sabem onde procurar. Valeu muito a pena”, garante Bruna.
“Foi bem desafiador e bem gratificante fazer parte da Clínica. Nós nos preparamos durante todo o ano para isso. Tivemos auxílio do SEBRAE, da Usina de Inovação e todo o suporte do professor, que tem muita experiência na área de inovação. Fomos muito treinamos e nos sentimos seguros. É algo que vamos levar para a vida toda, pois foi pioneiro na universidade”, conta Victor Hugo Bersani, aluno do quarto ano de engenharia agronômica.
“Estou muito orgulhoso e satisfeito como docente. Não tem nada melhor do que ver o meu recurso humano, que é o meu melhor produto, fazendo realmente um trabalho com esse nível de qualidade, oferecendo para a sociedade um grupo altamente qualificado”, conclui o professor Mateus Mondin.
Conectividade é o grande gargalo para a consolidação da agricultura digital
Painel realizado no ESALQSHOW discute com empresas, produtores, institutos de pesquisa e universidades os principais desafios para a implementação da tecnologia no campo
Discutir com representantes de grandes empresas de tecnologia, de universidades de ciências agrárias, produtores rurais e institutos de pesquisa quais são os principais desafios para que as tecnologias sejam de fato implantadas no campo foi o objetivo do Painel Agricultura Digital, realizado no dia 10 de outubro, no Espaço Inovar ESALQ & CIA. durante o ESALQSHOW, em Piracicaba.
Foram abordados aspectos como instrumentação, monitoramento e mercado, tecnologia no uso da água, conectividade e visão do usuário de tecnologia. Participaram do painel Naldo Dantas, especialista em Novos Negócios da Bosch; Vinicius Dalben, vice-presidente da Ericson Brasil, o produtor rural Ricardo Cunha; Silvio Crestana, chefe da Embrapa Instrumentação; Thais Guarda Prado Avancini, coordenadora de Engenharia Agronômica e de Alimentos da Faculdade de Engenharia de Sorocaba; Alex Santos, Enterprise Account Manager da Motorola Solutions; e Maarten Krol, da UT-Enschede, da Holanda.
“Conseguimos atingir os objetivos propostos para esse painel, tendo em vista que tivemos a participação de grandes nomes, de importantes empresas e a visão do produtor rural para tratar de um tema extremamente atual e perceber que há pessoas tentando buscar soluções pra resolver e aplicar essa tecnologia no campo”, avalia o professor da ESALQ/USP, Jarbas Honório, que moderou o painel e comemorou a maior aproximação que vem ocorrendo entre a iniciativa privada e a academia para o desenvolvimento de pesquisas e projetos em conjunto nessa área.
Na visão do professor, o fortalecimento da área digital no campo possui dois gargalos: a conectividade e o acesso à tecnologia ainda restrito a produtores com maior poder aquisitivo. “Considero a conectividade o principal entrave porque o pequeno produtor tem acesso à internet, possui celular e quer implantar tecnologia. Mas quando ele vai para a sua condição no campo, as coisas não funcionam, a internet não pega, não tem sinal e ele desanima. É importante constatar que grandes empresas estão se mexendo para oferecer soluções a essa problemática”, ressalta Honório.
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