Pesquisador da Fundação Chapadão é premiado no Top Ciência
O volume de cana-de-açúcar processado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil atingiu 47,41 milhões de toneladas na primeira metade de agosto, crescimento de 5,68% em relação aos 44,86 milhões de toneladas moídas na mesma quinzena de 2014.
Segundo o diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues, “pela segunda quinzena consecutiva, o clima mais seco nas principais áreas produtoras facilitou as operações agrícolas, eliminando o atraso na colheita de cana observado este ano quando comparado com a safra anterior”.
De fato, no acumulado desde o início da atual safra até 15 de agosto, o volume processado de matéria-prima alcançou 326,79 milhões de toneladas, alta de 0,48% em relação ao valor apurado até a mesma data da safra 2014/2015.
No Estado de São Paulo, entretanto, a moagem acumulada no ciclo 2015/2016 permanece abaixo daquela verificada no ano anterior. Até 15 de agosto, o Estado processou 190,67 milhões de toneladas, contra 203,11 milhões de toneladas contabilizadas no mesmo período de 2014.
A quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de matéria-prima totalizou 141,2 kg nos primeiros 15 dias de agosto, sensível recuperação quando comparado aos índices observados nas quinzenas anteriores.
No acumulado desde o início da safra 2015/2016 até 15 de agosto, o teor de ATR alcançou 127,05 kg por tonelada, permanecendo aquém do valor registrado no último ano (130,72 kg por tonelada de cana-de-açúcar).
Seguindo a tendência verificada desde o início desta safra, a proporção de matéria-prima direcionada à fabricação de açúcar continua inferior aos índices observados em 2014. Na primeira quinzena de agosto de 2015, essa proporção atingiu 44,87%, ante 45,83% verificados em igual período do último ano.
Com isso, apesar da recuperação na moagem, a produção acumulada de açúcar no atual ciclo 2015/2016 ainda permanece abaixo do valor registrado na safra passada. Desde o início desta safra até 15 de agosto, a quantidade fabricada de açúcar pela região Centro-Sul somou 16,36 milhões de toneladas, queda de 8,74% em relação a 2014 (17,93 milhões de toneladas).
A produção de etanol, por sua vez, atingiu 2,17 bilhões de litros na primeira metade de agosto, totalizando 14,34 bilhões de litros no acumulado desde o início da safra até 15 de agosto. Deste volume acumulado, 5,17 bilhões de litros referem-se ao etanol anidro e 9,16 bilhões de litros ao etanol hidratado.
O executivo da UNICA ressalta que “apesar da moagem da atual safra estar emparelhada com aquela do último ano, a fabricação de açúcar segue defasada em mais de 1,5 milhão de toneladas”. Nesse contexto, fica cada vez mais evidente que a produção de açúcar da safra 2015/2016 deverá ficar aquém do valor projetado pela UNICA em março deste ano e, ainda, inferior à quantidade registrada na safra 2014/2015, acrescentou.
As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil somaram 1,22 bilhão de litros na primeira quinzena de agosto, sendo 86,92 milhões de litros destinados ao mercado externo e 1,14 bilhão de litros ao consumo doméstico.
No mercado interno, o volume de etanol anidro comercializado pelos produtores nos primeiros 15 dias de agosto atingiu 400,54 milhões de litros, ante 415,59 milhões de litros computados na mesma quinzena de 2014.
As vendas de etanol hidratado ao mercado doméstico, por sua vez, mantiveram a tendência de crescimento em relação aos valores registrados no ano passado. Na primeira metade de agosto, o volume comercializado pelas unidades do Centro-Sul alcançou 737,23 milhões de litros, aumento de 26,76% no comparativo com os 581,57 milhões de litros contabilizados no mesmo período da safra 2014/2015.
De acordo com o diretor da UNICA “a redução das transferências de etanol para a região Norte/Nordeste e a alteração nos estoques das distribuidoras contiveram parcialmente o crescimento esperado nas vendas no início de agosto”. A expectativa é de que o volume comercializado ao final do mês fique próximo ou até mesmo supere aquele registrado em julho deste ano, acrescentou Rodrigues.
Nessa linha, dados apurados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que os preços do etanol hidratado seguem em patamares inferiores a 70% do preço da gasolina em boa parte do mercado consumidor do Centro-Sul. “A paridade de preços entre o etanol hidratado e a gasolina tem se mantido muito abaixo da relação técnica de rendimento dos veículos, estimulando o consumo do biocombustível”, concluiu Rodrigues.
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