Citricultura baiana continua livre da HLB

30.04.2014 | 20:59 (UTC -3)

Os pomares citrícolas da Bahia continuam livres da Huanglongbing (ex-grening), considerada a praga mais grave e destrutiva da citricultura mundial. Após investigação molecular, a Agência

de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura (Seagri), divulga hoje (30) os laudos oficiais com os resultados negativos para Candidatus Liberibacter

spp., mantendo a classificação da Bahia com Área Livre de HLB.

A vigilância epidemiológica faz parte das ações rotineiras do Projeto Fitossanitário dos Citros, por isso, “quanto mais cedo se identifique algum foco da praga nos pomares, maior a chance

de êxito no processo de controle”, explica a coordenadora do Projeto Fitossanitário dos Citros da Adab, Suely Brito. Acreditando nessa estratégia é que duas suspeitas foram investigadas,

uma no ano de 2012, no município de Bom Jesus da Lapa e outra em março deste ano, no município de Rio Real. Em ambas as situações, os materiais de plantas cítricas (ramos, folhas

e frutos) foram coletados e encaminhados à Clínica Fitopatológica do Centro de Citricultura Sylvio Moreira (CCSM), em Cordeirópolis, São Paulo, para análise pelo método de PCR Real Time.

O diretor geral da Agência, Paulo Emílio Torres, esclarece que, com a introdução da praga, a citricultura baiana passaria por uma enorme crise, haja vista a morte econômica imposta às variedades comerciais de citros em apenas dois ou três anos, após a infecção pela bactéria.

Uma eventual entrada da praga na citricultura baiana causaria prejuízos da ordem de R$ 1,8 bilhão, conforme dado demonstrado pelo estudo de Mestrado Profissional em Defesa Agropecuária (UFRB/2012), do engenheiro agrônomo e fiscal estadual da Adab, José Mário Carvalhal.

“Pelo que representa a citricultura para a Bahia, como o 2º produtor no ranking nacional, importante fonte de renda e emprego para o segmento da agricultura familiar, além de ser uma atividade de identidade cultural de distintos territórios de identidade, o Estado tem envidado esforços para manter o status fitossanitário de pomares: livre de HLB”, ressalta o diretor de Defesa Sanitária Vegetal, Armando Sá.

Medidas de prevenção ao HLB e promoção da fitossanidade

No sentido de nortear as atividades da Adab, existe um Plano de Contingenciamento do HLB, marco regulatório que reúne esforço interinstitucional e ações multidisciplinares para manter os pomares baianos livres da praga. Dentre as ações, destacam-se as inspeções fitossanitárias com vistas à identificação de sintomas em áreas comerciais, armadilhamento para coleta de inseto vetor em pontos estratégicos, estudo da dinâmica da população de (Diaphorina citri) e monitoramento precoce da invasão da bactéria nos principais polos produtores: Litoral Norte, Recôncavo, Chapada Diamantina, Oeste e Juazeiro.

Dentre os desafios de enfrentamento dessa ameaça fitossanitária estão algumas estratégias implementadas, por meio de ações típicas de defesa agropecuária, a exemplo de fiscalização do trânsito de vegetais, estabelecimento de normas disciplinadoras para a produção de material propagativo (porta-enxerto, borbulha e muda) e treinamentos técnicos, em parceria com instituições de pesquisa e extensão rural (EMBRAPA/CNPMF e EBDA, respectivamente), com entidades de fomento e gestão pública (MAPA, FAPESB e Prefeituras Municipais), assim como a iniciativa privada (fazendas, viveiros).

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