Syngenta destaca integração de suas tecnologias na Tecnoshow Comigo
Auditório lotado, projeções sobre o futuro das próximas safras, discussões a respeito dos gargalos e principais demandas do setor agropecuário. Foi dada a largada para a oitava edição do Circuito Aprosoja, o maior e mais tradicional evento para o planejamento de safra do país. A cerimônia de abertura oficial, realizada nesta última quinta-feira (11) no Cenarium Rural, em Cuiabá, reuniu aproximadamente 600 pessoas, entre produtores rurais, empresários, políticos e lideranças do setor.
A presença maciça do público mostrou a união das associações e entidades que representam a classe produtora em Mato Grosso. “Este é um dos diferenciais que promoveram a revolução da agricultura do nosso estado, tornando-a referência e um exemplo a ser seguido”, disse Carlos Fávaro, presidente da Aprosoja, que também falou sobre os objetivos e novidades do Circuito Aprosoja em 2013.
“Queremos manter os agricultores bem informados, para que eles possam definir com mais clareza o futuro da próxima safra. Este ano também vamos contar com palestrantes dos Estados Unidos, Argentina e China, que vão apresentar aos nossos produtores a realidade vivida pelo setor em seus países, como, por exemplo, os preços pagos pelo frete e o tamanho da demanda chinesa”, concluiu.
Além do cenário agrícola nacional e internacional, a edição 2013 do Circuito Aprosoja também vai dar atenção especial a um dos temas mais relevantes para o homem do campo na atualidade, a falta de mão-de-obra especializada no campo. “O setor vive a crise da falta de gente para operar máquinas agrícolas. A tecnologia avança demais e os colaboradores muitas vezes não conseguem extrair aquilo que a máquina pode oferecer. Vamos aproveitar o Circuito para divulgar os nossos cursos, levar informações e capacitação para as áreas rurais”, comentou Rui Prado, presidente da Famato e do Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), entidade também realizadora do Circuito Aprosoja.
Outra característica de destaque é a troca de informações durante os encontros realizados pelo Circuito Aprosoja. Se por um lado os agricultores levam para as fazendas os conhecimentos adquiridos nos eventos, a organização identifica os maiores gargalos de quem está no campo, que são posteriormente integrados à lista de demandas do setor. “A atuação da Aprosoja é muito importante, ela busca tecnologia, tem contato forte com a base, gera e cobra soluções para as demandas, um trabalho muito forte para a agricultura brasileira”, destacou Neri Geller, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Alguns destes gargalos foram ressaltados durante a cerimônia de abertura. “Precisamos discutir a legislação trabalhista, debater um novo marco para a questão indígena e ampliar as discussões sobre logística. Temos que nos preparar para o momento da verticalização para que possamos produzir mais e exportar mais, mas com valor agregado. Não podemos ficar sempre dependendo da China”, destacou o senador Pedro Taques (PDT-MT), que considera o Circuito Aprosoja uma importante ferramenta para promover a mobilização dos agricultores na busca por soluções para os entraves.
A necessidade de melhorias urgentes relacionadas principalmente à precária infraestrutura logística do Brasil foi um dos assuntos mais defendidos durante a cerimônia de abertura, mas não foi o único. O painel de lançamento do Circuito Aprosoja abordou as tendências da economia brasileira e mundial, cenários e oportunidades do agronegócio e os reflexos na rentabilidade do homem do campo. A preocupação imediata é com o futuro da segunda safra de milho, já plantada em Mato Grosso. “No ano passado as quebras no sul do Brasil e nos Estados Unidos permitiram o escoamento sem problemas da safrinha volumosa de milho em Mato Grosso. Este ano não tivemos quebras, há grande produção e o mercado está mais enxuto. As negociações devem ficar abaixo do preço mínimo, exigindo intervenção do governo. O problema é que a comercialização está lenta. A preocupação é grande com a venda da safrinha”, explicou o analista André Pessôa.
Se a relação entre oferta e demanda preocupa, o mesmo pode ser dito sobre outros aspectos da economia mundial. “O mercado de grãos é muito volátil. Tivemos anos ruins como 2005 e 2006, mas nos últimos dois anos os resultados foram excelentes. Mas esta volatilidade que hoje ajuda pode vir a nos atrapalhar caso haja uma mudança na política monetária do mundo, em especial a dos Estados Unidos, que pode sofrer alterações nas compras de títulos americanos pelo Federal Reserve, o Banco Central norte-americano.”, comentou o economista Paulo Rabello de Castro.
Diante das incertezas, a palavra de ordem no campo agora deve ser cautela, segundo os especialistas. “O produtor precisa ter muita cautela, é ano de travar o pé, fazer hedge, avaliar, não investir muito”, orientou o jornalista Mauro Zanatta, editor e coordenador do Valor PRO, serviço de informação em tempo real do jornal Valor Econômico. No mesmo sentido, a comentarista política Cristiana Lobo ressaltou a importância do homem de campo estar bem informado. “O mundo hoje é o da informação e informação em tempo real. É importante saber as normas em vigor, conhecer as novas tecnologias e as tendências do mercado. Isso tudo favorece o plantio, a produtividade, a rentabilidade”, completou.
A opinião de políticos que representam Mato Grosso em Brasília também deu ênfase ao papel estratégico do Circuito Aprosoja. “Não devemos ter nos próximos anos os mesmos preços que tivemos no passado. Temos custos crescentes, agravados pelo valor do frete. As lideranças neste momento exercem o papel de mostrar onde estão os problemas e indicar as melhores soluções”, disse o senador Blairo Maggi (PR-MT). O deputado federal Homero Pereira (PSD-MT) destacou que a oitava edição do Circuito Aprosoja pode ser a mais importante de todas já realizadas. “Sabemos que a agricultura é cíclica e talvez tenhamos surfado nesta última safra o pico da onda de bons preços. Torcemos para que isso não aconteça, mas é possível que esteja chegando o momento de vivermos uma onda decrescente, e pensando nisso a realização do Circuito Aprosoja é essencial para que o produtor consiga se planejar, evitando inclusive erros do passado.”
Considerado uma ferramenta fundamental para ajudar o homem do campo a definir o futuro da atividade, o Circuito Aprosoja foi elogiado por agricultores de outros estados. José Sismeiro planta soja e milho em Goiorê, no noroeste do Paraná, estado que em breve deve criar um núcleo da Aprosoja. Para o agricultor, eventos como este são essenciais. “O Circuito é uma necessidade que os produtores de MT viram e fizeram e nós vamos levar estas coisas que estão sendo feitas aqui em MT para o Paraná, para tentar criar este modelo de sustentabilidade do agronegócio no Paraná também.”
Para o agricultor Laércio Lenz, que planta soja e milho em Sorriso, médio-norte de Mato Grosso, a participação nos encontros do Circuito Aprosoja representa uma chance a mais de acertar na definição da safra. “O circuito permite o direcionamento de varias pessoas que entendem de mercado para você poder tomar sua decisão. Você pode até errar, mas a chance de você errar é bem menor quando você tem informação nas mãos”, completa o agricultor.
Depois do lançamento, as equipes da Aprosoja e do Senar-MT partem para uma série de eventos no interior do estado. Serão visitados 22 núcleos da entidade nos quatro cantos de Mato Grosso. A agenda completa com datas e locais está no site
e no blog
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