Circuito Aprosoja etapa Sul reúne em dois dias 500 pessoas

26.04.2009 | 20:59 (UTC -3)

Nos dois dias do 4º Circuito Aprosoja realizado na região Sul do MT participaram aproximadamente 500 pessoas, entre produtores e convidados. O último município da região a receber o evento foi Campo Verde, onde cerca de 120 produtores lotaram o Centro de Eventos Ipanema, na noite de quinta-feira (23/04). O evento também foi realizado em Alto Taquari, Rondonópolis e Primavera do Leste.

Para o vice-presidente Sul da Aprosoja/MT, José Nardes, nomes de peso como o economista Mauro Lopes, o doutor da Esalq/Cepea/USP, Mauro Osaki, o representante do Ministério da Agricultura, Luciano Carvalho, e o economista da Embrapa, Joelsio Lazzarotto, favoreceram o comparecimento de um grande número de produtores. “Acredito que o objetivo de plantar idéias relacionadas ao planejamento, a gestão dos custos de produção para a próxima safra e a projeção de cenários sobre a rentabilidade foram alcançados”.

Nardes ressalta que em geral o que chamou a atenção foi a estimativa de que o produtor poderá ter que usar 45% de capital próprio para realizar a safra 2009/2010 e isso tem dois lados. “Na safra passada a fatia das tradings como fonte de financiamento recuou de 52% para 25%. Agora, se a projeção de 45% de capital próprio se confirmar, implicará em aumento iminente de risco a ser assumido pelo produtor, mas também faz com que a dependência de crédito de terceiros diminua e pode ser que o agricultor consiga alguma lucratividade”.

Para o sojicultor Vitor José Della Flora que planta 2 mil hectares em Campo Verde, a temática de preços de fertilizantes foi fundamental para quebrar o paradigma de que poderá haver uma queda no preço do glifosato, já que a previsão é de que não ocorra redução. “Em compensação se o preço do fósforo, por exemplo, tivesse sido menor como está hoje eu teria pelo menos 10 mil sacas de soja a mais no armazém e uma renda incrementada por até R$ 400 mil”. Segundo o produtor, como a tendência é o preço do glifosato não cair ele tentará negociar ao máximo com a fornecedora. “Com essa informação vou tentar comprar já neste início do segundo trimestre”.

Já o produtor de soja e milho Valdemar de Sá, que planta 600 hectares em Campo Verde, disse que a orientação da necessidade de capitalização está sendo seguida a risca. “Participar deste Circuito Aprosoja foi muito importante e veio confirmar o meu planejamento, pois tenho priorizado a capitalização e agora tenho certeza de que estou fazendo o certo e, pelo menos, não perderei dinheiro”.

Mercado futuro ainda é restrito à maioria de produtores

Produtores de soja e milho disseram durante o Circuito Aprosoja realizado na quinta-feira (23.04), na Associação de Engenheiros Agrônomos de Primavera do Leste, que têm tido dificuldades em negociar a produção no mercado futuro. Eles participaram de dois painéis “A Situação Atual da Agricultura em Mato Grosso – Oportunidades e Entraves” e “Cenários de Rentabilidade para próxima safra”.

Segundo o presidente da Aprosoja/MT, Glauber Silveira, é necessário aperfeiçoar os mecanismos para que o produtor negocie diretamente via, por exemplo, BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros). “No atual modelo de mecanismo direto não é possível ter liquidez, além de nos ser exigida uma capacidade grande de capital de giro devido aos riscos. Precisamos de preços de mercado de opção que favoreça o agricultor em até US$ 4 por saca”.

Para o presidente do presidente do Instituto de Desenvolvimento de Gestão Empresarial no Agronegócio (IGEAgro) e consultor da Aprosoja/MT, João Vianna, mediador e um dos participantes dos painéis, o processo de fixação do mercado futuro deve ser debatido. “O mercado futuro geralmente é volátil, e isso implica necessidade de pagamento para ajuste de margem, é necessário uma grande estrutura de capital”.

Glauber acrescentou que esse melhoramento no mecanismo de negociação direta via mercado futuro é uma pauta de reivindicação e que diante de cenário de crise financeira mundial, é factível que as tradings queiram se arriscar menos. “Para atuar direto o sojicultor, deve ter capacidade financeira para arcar com os ajustes deste mercado, que é de risco e isso é praticamente impossível”.

Produtores querem equilíbrio de produção para mercado interno e mercado externo

Os produtores presentes no Circuito Aprosoja, durante o Circuito Aprosoja realizado na quinta-feira (23.04) em Primavera do Leste, também sugeriram que uma parte da produção de soja seja direcionada ao mercado externo e a outra ao mercado interno para, assim, verificar qual é a necessidade real de oleaginosa, principalmente no mercado externo. Também pediram maior atuação para reduzir os preços de fertilizantes como fósforo e potássio.

O presidente da Aprosoja pontuou que os sojicultores do estado não estão plantando além da necessidade do mercado externo, apesar do estado ter capacidade grande de produção.

Glauber citou o exemplo do milho. A última estimativa da Conab é que a área plantada será praticamente a mesma em relação à safra 07/08, quando foram cultivados 1,656 milhão de hectares, e o atual preço mínimo é referente apenas ao custo de produção não tendo relação e nem sendo significativo para a rentabilidade.

Sobre a exploração de minérios, o presidente da Aprosoja/MT reforçou que a associação tem trabalhado no Projeto Fósforo, que visa descobrir a viabilidade econômica do minério existente no estado, sendo que e a Cooperativa Mista de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Cooprosoja) surgiu para que o produtor seja o detentor do direito de exploração.

“Além disso, pode-se dizer que avançamos, pois o governo federal revisou a concessão de minas de potássio no Brasil por pressão política das entidades como CNA, Aprosoja, Famato, etc”.

Fonte: Ascom Aprosoja/MT -

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