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Após um ciclo marcado por expectativas de recuperação da produção de milho da Argentina, o mês de abril trouxe preocupações relevantes com relação à produção argentina por conta de uma praga muito conhecida dos produtores brasileiros – a Cigarrinha. “Neste relatório iremos abordar qual pode ser o impacto total sobre a safra e os desdobramentos para o mercado de milho global”, diz Alef Dias, analista de Grãos e Macroeconomia da Hedgepoint Global Markets.
No decorrer de abril, a Bolsa de Cereais de Rosário revisou para baixo suas estimativas de produção de milho na Argentina, reduzindo-as em 6,5M mt. Essa revisão se deve principalmente aos danos provocados pelas doenças transmitidas pela cigarrinha, também conhecida como chicharrita na região. Já a Bolsa de Grãos de Buenos Aires (Bolsa de Cereales) realizou dois cortes de estimativas neste mês, que totalizaram uma redução de 4,5M mt.
“Apesar dos cortes relevantes, ainda há espaço para deterioração adicional das estimativas. A colheita está em apenas 19,8% da área, e o último relatório de progresso de safra da Bolsa de Cereales trouxe uma queda adicional do percentual de condições boas e excelentes de safra para baixo de 60%. Alguns players locais já falam em perdas de cerca de 10M mt frente às estimativas iniciais das bolsas locais, o que poderia levar a produção total para níveis abaixo de 45M mt”, destaca o analista.
“Na safra atual, houve um aumento na incidência de cigarrinhas em algumas regiões do Brasil, especialmente no Sul do país. Esse fenômeno contribui para explicar a situação de infestação observada na Argentina e no Paraguai. O clima também contribuiu para o aumento da praga. A cigarrinha é um inseto cuja proliferação está intimamente ligada às condições climáticas. Devido às temperaturas não tão baixas no inverno e à elevada umidade relativa do ar, a população desse inseto tende a aumentar, visto que esses fatores favorecem sua dinâmica populacional”, explica.
De acordo com Alef, além do aumento no número de insetos no país, outro fator que contribuiu muito para este problema foi que a cigarrinha apareceu em regiões onde não era comum, pegando os produtores locais de surpresa.
Com a incerteza em torno do total de milho a ser colhido, pode-se esperar uma desaceleração das vendas dos produtores argentinos, então o ritmo – que ainda está próximo das mínimas dos últimos cinco anos – está ameaçado.
“E a demanda pelo milho argentino também deve contribuir para esse cenário de menor participação do país no comércio global, dado que os preços locais já foram fortemente impactados pela “praga”, com os basis na Argentina alcançado as máximas dos últimos cinco anos. E a expectativa de cortes adicionais de produção deve mantê-los pressionados pelos próximos meses”, acredita.
O lado macroeconômico pode alterar um pouco esse cenário, mas o “spread” entre a taxa paralela e oficial de câmbio não se moveu muito nas últimas semanas, e hoje ele é bem menor do que no final do ano do ano passado, então o impulso de uma nova desvalorização tende a ter menos impacto.
De acordo com o analista, os reflexos deste problema também podem se estender para a próxima safra, que começará a ser semeada na Argentina entre os meses de agosto e setembro deste ano. Os produtores argentinos podem optar por uma redução de área plantada, dado que não existe solução tecnológica eficaz para combater a cigarrinha.
Em resumo, a América do Sul deve seguir trazendo suporte para o milho Chicago, dado que tanto a safra Argentina quanto a Brasileira de Inverno seguem em desenvolvimento e precisam ser monitoradas.
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