Cientistas identificam microrganismos para combater "Ralstonia solanacearum"

Os resultados apontam para o desenvolvimento de soluções biológicas

08.04.2025 | 09:19 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações de Síglia Souza

Estudo conduzido por cientistas da Embrapa Amazônia Ocidental revelou que microrganismos provenientes de rios da Amazônia podem ser fundamentais para o controle biológico da bactéria Ralstonia solanacearum, causadora da murcha bacteriana em tomateiros. (Saiba mais sobre "Ralstonia solanacearum" clicando aqui)

Os resultados apontam para o desenvolvimento de soluções biológicas, como inoculantes microbianos, para reduzir a incidência da doença, uma das principais ameaças à produção de tomate na região, além de afetar outras culturas como batata, pimentão e soja.

Coordenada pelo pesquisador Gilvan Ferreira da Silva, a pesquisa focou no potencial de bactérias isoladas dos sedimentos dos rios Solimões e Negro para combater a doença.

Entre as 36 bactérias analisadas, três destacaram-se pela capacidade de inibir o crescimento de Ralstonia solanacearum em até 100%. Os isolados foram Priestia aryabhattai RN 11, Streptomyces sp. RN 24 e Kitasatospora sp. SOL 195.

Essas bactérias demonstraram grande potencial no controle da murcha bacteriana, com P. aryabhattai RN 11 apresentando redução de até 90% da incidência da doença durante a estação chuvosa.

Além de combater a doença, essas bactérias promovem o crescimento das plantas de tomate afetadas. O isolado P. aryabhattai RN 11, em particular, se destacou pela sua eficácia em ambientes variados, reduzindo a presença do patógeno no solo e estimulando o desenvolvimento das plantas, mesmo sob condições climáticas adversas.

Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores destacam a necessidade de mais estudos para entender os mecanismos moleculares envolvidos na interação entre as plantas e os microrganismos, além de testar a eficácia dos isolados em condições de campo.

Gilvan Ferreira da Silva lembra que, além do tomateiro, Ralstonia solanacearum afeta uma vasta gama de culturas, incluindo batata, pimentão, berinjela e soja, o que amplia as perspectivas de aplicação dessas soluções biológicas.

Mais informações podem ser obtidas em doi.org/10.3390/microorganisms12071364

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