Cientistas buscam soluções para problemas no campo

Encontro internacional começou hoje em Goiânia com foco na cotonicultura

02.05.2016 | 20:59 (UTC -3)
Brenno Sarques

Pouquíssimos encontros conseguem reunir mais de 390 pesquisadores, de 42 países, e cerca de 250 trabalhos científicos sobre um único assunto. É o que está acontecendo esta semana no Centro de Convenções de Goiânia. A 6ª Conferência Mundial de Pesquisa em Algodão e a Conferência Bienal do ICGI (World Cottom Research Conference-6 e Biennial Conference of the ICGI), começou na manhã desta segunda-feira e segue até sexta, com uma série de exposições sobre genética, biotecnologia, controle de pragas, resistência da fibra e outros assuntos ligados à cotonicultura.

A abertura contou com a participação do governador Marconi Perillo e de representantes de diversas instituições internacionais ligadas à pesquisa, produção e comércio de algodão. Presidente da Associação dos Produtores Goianos de Algodão, e presidente do Comitê Organizador do WCRC-6, Luiz Renato Zapparoli explicou que esta é a primeira vez eu o WCRC é realizado simultaneamente com a Conferência do Genoma do Algodão (ICGI). O foco de sua fala, contudo, foi os desafios que o setor enfrenta, agravados pelas mudanças climáticas e o aumento do uso de fibras sintéticas derivadas do petróleo. Para Zapparoli, a ciência é fundamental para que a produção de algodão avance no mundo. “Vocês pesquisadores são nossos aliados na busca de soluções para os problemas que afligem as lavouras e as necessidades da indústria têxtil”, declarou.

Presidente da Iniciativa Internacional do Genoma do Algodão (ICGI, em inglês), David Stelly afirmou que a biotecnologia tem apresentado grandes avanços nos estudos que concernem à sustentabilidade, resistência a pragas e redução do custo de produção. Stelly também falou da importância de eventos para troca de conhecimentos: “Novas ideias vêm quando conhecemos novas pessoas, por isso as conferências são tão importantes”.

Já o diretor da Associação Internacional de Pesquisadores em Algodão (ICRA, em inglês), Dean Ethridge, lembra que foi responsável por organizar o WCRC-4 e garante: “é um enorme desafio”. O pesquisador também destacou a qualidade da produção goiana. “Esta região nos possibilita conhecer modernas técnicas de produção em um ambiente de altas temperaturas e taxas de umidade, o que é um desafio para a produção”, diz.

Diretor do Comitê Consultivo Internacional do Algodão (ICAC, em inglês), o goiano José Sette alertou para a disputa que o setor enfrenta face ao avanço das fibras sintéticas no mercado. “O baixo custo e a alta qualidade são os fatores que mantêm a competitividade do Algodão.

O governador Marconi Perillo destacou que, há dez anos, Goiânia recebeu a Conferência Internacional do ICAC, e que eventos como o WCRC-6 são uma oportunidade ímpar para o avanço do algodão no mundo, e eu Goiás não pode ficar de fora. “Os esforços desses cientistas refletem no conforto e na satisfação dos consumidores em todo o mundo”, afirmou. O governador também ressaltou que o setor de vestuário está entre os mais fortes da cadeia produtiva goiana, com grandes índices de exportação e de processamento. Por fim, Marconi Perillo parabenizou a organização do WCRC-6 em plantar 3600 árvores, como forma de mitigar os impactos ambientais causados pelo próprio evento. “Este é um exemplo a ser seguido por todas as conferências”, concluiu.

Destaques mundiais foram apresentados após a abertura oficial. Os trabalhos enfocavam “Soluções Inovadoras de Pesquisa para Aumentar a Produção de Algodão. Quão perto Estamos?”, de Yusuf Zafar; e “Conectando Produtores com a Pesquisa”, de Adam Kay; e foram acompanhados atentamente pelos demais cientistas.

Programação

À tarde, a programação continua com a realização das sessões paralelas, com a apresentação de 30 pesquisas. Uma das apresentações que devem receber grande número de interessados é a realizada pelos pesquisadores brasileiros José Ednilson Miranda, Bruna Mendes Tripode e Ismael Ribeiro Silva, sobre a influência da fronteira cultura do algodão na colonização e dispersão do bicudo, uma das piores pragas que afetam a produção do algodão no campo.

A programação completa está disponível no site: http://www.wcrc-6.com/

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