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A produção de pêssego, uma das culturas frutíferas mais populares e economicamente importantes na China, está enfrentando sérios desafios devido à antracnose. Esta doença, causada pelos fungos Colletotrichum fructicola e Colletotrichum siamense, tem ocasionado perdas econômicas significativas para os produtores. Recentemente, um estudo revelou preocupantes níveis de resistência desses fungos a vários fungicidas.
Pesquisadores coletaram 39 isolados de C. fructicola e 41 de C. siamense em diversas províncias chinesas. Eles testaram a sensibilidade desses isolados a fungicidas comumente usados, incluindo carbendazim, iprodiona, fluopiram e propiconazol. Os resultados mostraram uma alta resistência ao carbendazim em isolados de C. fructicola provenientes da província de Guangdong, enquanto os isolados de Guizhou mostraram-se sensíveis. Para C. siamense, isolados de Hebei apresentaram resistência moderada, enquanto os de Shandong foram sensíveis ao carbendazim.
Além disso, todos os isolados de ambas as espécies mostraram alta resistência aos fungicidas iprodiona (DCF) e fluopiram (SDHI), mas foram sensíveis ao propiconazol (DMI).
A resistência ao carbendazim foi correlacionada a mutações no gene β-tubulina 2 (TUB2). No caso de C. fructicola, a mutação E198A foi identificada como responsável pela alta resistência, enquanto em C. siamense, a mutação F200Y foi associada à resistência moderada. Foi observada resistência cruzada positiva entre carbendazim e benomil, ambos do grupo dos metil benzimidazol carbamatos (MBC).
A resistência generalizada aos fungicidas tradicionais sublinha a necessidade urgente de novas estratégias de manejo. Os pesquisadores sugerem o uso de fungicidas inibidores da desmetilação (DMI), como propiconazol ou prochloraz, especialmente em áreas onde os patógenos já desenvolveram resistência ao carbendazim e outros fungicidas.
A antracnose, causada por espécies de Colletotrichum, é uma doença fúngica comum em várias plantas. O gênero Colletotrichum é um dos dez grupos de fungos fitopatogênicos mais importantes globalmente. A antracnose do pêssego é geralmente causada por Colletotrichum acutatum e Colletotrichum gloeosporioides. Colletotrichum truncatum também foi identificado no pêssego. Estudos mostraram que C. acutatum e C. gloeosporioides são complexos de espécies com mais de 30 e 22 espécies, respectivamente. Colletotrichum fructicola e Colletotrichum siamense, pertencentes ao complexo de espécies C. gloeosporioides, foram identificados como causadores de antracnose em pêssegos em vários locais, incluindo EUA, Coreia do Sul, Uruguai e China. Estudo recente descobriu Colletotrichum godetiae, do complexo de espécies C. acutatum, e Colletotrichum karsti, do complexo de espécies C. boninense, em pêssegos, sendo a primeira vez que essas espécies foram relatadas nesta fruta.
Os cientistas publicaram artigo apontando aspectos de sua pesquisa. Ele pode ser visto em doi.org/10.1016/j.pestbp.2024.106006
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