Certificação ABR/BCI avança nas fazendas de algodão da Bahia

40% da área plantada com algodão, de fazendas baianas que se habilitaram ao programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e ao Better Cotton Initiative (BCI), foram certificadas na Bahia

13.04.2022 | 16:03 (UTC -3)
Catarina Guedes

Nesta semana, 40% da área plantada com algodão, de fazendas baianas que se habilitaram ao programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e ao Better Cotton Initiative (BCI), foram certificadas na Bahia. De acordo com a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), até junho, quando termina a etapa de certificação, espera-se que sejam atingidos 87,5% da área. Se confirmado, o número será 5% maior do que o registrado no ano passado. O ABR é o programa de sustentabilidade implementado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que é executado pelas suas associadas, nos estados produtores da fibra. A certificação, na Bahia, está sendo realizada pela certificadora de terceira parte Genesis Group, escolhida dentre as três possíveis, de acordo com as regras do programa.

Ao ser certificada ABR, a unidade produtiva pode, automaticamente, ser licenciada pela BCI, uma vez que, desde 2013, os dois programas unificaram seus protocolos no Brasil. A BCI é uma instituição suíça referência global em licenciamento de algodão responsável no mundo.

Para concluir o processo e receber o certificado, o cotonicultor que, voluntariamente, aderiu ao ABR se compromete a cumprir um rígido protocolo de boas práticas agrícolas em suas fazendas. A lista contempla 201 itens, só na fase de verificação para diagnóstico que antecede a certificação, e outros 183 para a finalização do processo.

Esses requisitos estão fundamentados nos três pilares da sustentabilidade (ambiental, social e econômico) e abarcam desde os aspectos gerenciais dos empreendimentos agrícolas até o cumprimento da legislação brasileira Ambiental e Trabalhista, que são consideradas das mais avançadas do mundo. Incluem, ainda, a observância das normas de segurança do trabalho, a proibição da utilização de mão de obra infantil e de trabalho forçado ou análogo a escravo, além da proteção ao meio ambiente, com aplicação de boas técnicas agronômicas na produção da commodity.

“Ficamos muito satisfeitos com os resultados alcançados até agora”, revela a coordenadora de Sustentabilidade da Abapa, Bárbara Bonfim. Segundo ela, mesmo com algumas mudanças implantadas no programa no ano passado, sobretudo, no que diz respeito à NR31, norma que regulamenta a Segurança e Saúde do Trabalho no campo, os índices de conformidade foram considerados “muito bons”.

“É um processo árduo e progressivo, porque a cada ano, a meta a ser alcançada pela fazenda vai ficando mais alta, mas, dificilmente, vemos um produtor que já foi certificado retroceder. O aprimoramento dos processos nestes três pilares traz benefícios reais às operações, evita gastos com multas e fortalece a imagem da empresa, e em última instância, do algodão brasileiro”, conclui a coordenadora.

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