Ceres mostra benefícios do sorgo sacarino, uma nova matriz energética para a cadeia produtiva do etanol

04.06.2013 | 20:59 (UTC -3)
Fonte: Assessoria de Imprensa

A experiência da norte-americana Ceres Inc. no desenvolvimento de plantas energéticas empregadas na fabricação de biocombustíveis e outros produtos será tema de um seminário que acontece nesta terça-feira (04), em Campinas/SP. A subsidiária do grupo no Brasil, a Ceres Sementes, apresenta resultados parciais colhidos com uma tecnologia inovadora que permite às usinas produzir etanol a partir de híbridos de sorgo sacarino, e com isso estender a fabricação do biocombustível ao período da entressafra da cana-de-açúcar.

Segundo a Ceres Brasil, 24 usinas da região Centro-Sul do País, incluindo os maiores grupos do setor, realizam desde 2010 estudos relacionados ao etanol de sorgo sacarino. De acordo com o gerente de marketing, Antonio Kaupert, essas empresas estão hoje prolongando a fabricação do etanol combustível por períodos de até 60 dias no ano-safra.

“Temos desafios a superar em relação ao manejo agronômico, que é recente. Porém, a viabilidade econômica para estabelecimento de uma cadeia produtiva ancorada no sorgo sacarino, com operação efetiva na entressafra da cana-de-açúcar, está mais que comprovada”, afirma Kaupert. “Os estudos que elaboramos com as usinas revelam que o sorgo sacarino embute potencial para aumentar a rentabilidade dessas empresas pela maior oferta de biocombustível”, complementa.

Kaupert explica que a planta sorgo sacarino apresenta ciclo produtivo de aproximadamente 120 dias, com limite de 150 dias, realizado no período de novembro a março - exatamente, portanto, na entressafra da cana-de-açúcar.

Introduzido no Brasil pela Embrapa nos anos de 1970, oriundo da África, o sorgo sacarino é cultivado pelo manejo de sementes híbridas e exibe diversas semelhanças com a cana, sobretudo o alto potencial energético resultante do acúmulo de açúcar.

Ainda mais surpreendente, acrescenta Kaupert, é o fato de o processamento de etanol de sorgo sacarino não demandar alteração no maquinário de colheita e industrialização, que em geral é o mesmo usado no processamento da cana-de-açúcar.

“Para produzir etanol de sorgo sacarino as usinas não precisam investir em equipamentos novos. A capacidade está instalada. A conhecida operação logística que envolve a cana da colheita até o processamento industrial é exatamente a mesma para o sorgo sacarino”, complementa Kaupert.

As semelhanças, contudo, param por aí. Ele enfatiza que o sorgo sacarino não substitui à cana-de-açúcar. “Trata-se de matriz energética complementar, que funciona como instrumento de suporte para aumento da escala de produção e de fornecimento de etanol ao mercado”, observa Kaupert.

O seminário começa às 8h00, com ênfase nas características econômicas e agronômicas do sorgo sacarino e terá também a apresentação do novo gerente geral, André Luiz Junqueira Franco (ex-Monsanto). Ao longo do dia grandes grupos sucroenergéticos e outras empresas de peso do agronegócio relatam seus casos de sucesso e expectativas quanto ao futuro do sorgo sacarino no Brasil.

A Ceres Brasil informa que os resultados da safra de sorgo sacarino 2012/13 estão sendo apurados. A expectativa é que os indicadores tragam ganhos no comparativo com o ano passado, quando ocorreu a primeira safra comercial dos híbridos da empresa, da marca BLADE.

O pipeline da Ceres, assinala o executivo, possui híbridos com potencial para ultrapassar a produtividade de 100 t/ha num futuro bastante próximo. “Esse dado é altamente relevante, atestando o grande potencial econômico da cultura do sorgo sacarino.”

Uma projeção da consultoria Datagro, divulgada pela Agência CMA, aponta que o sorgo sacarino pode adicionar aos números da indústria sucroenergética um volume entre 3,5 mil e 5 mil litros de etanol, por hectare, ao ano, o que equivale também a elevar a produção em aproximadamente 5 bilhões de litros ao ano.

Parte do esforço da Ceres para consolidar o sorgo sacarino no Brasil está ancorado em acordos firmados com a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – e a suíça Syngenta, companhia líder mundial do setor de proteção de cultivos e biotecnologia.

Com a Embrapa, a Ceres desenvolverá práticas de manejo agrícola e industrial da nova variedade de sorgo sacarino BRS 511. De acordo com a Ceres, trata-se de uma semente precoce com alto potencial produtivo de colmos e teores elevados de açúcares fermentáveis no caldo. A empresa obteve licenciamento exclusivo para produzir e comercializar as sementes da variedade BRS 511, que passará a integrar o portifólio BLADE®, formado por híbridos de ciclo precoce e pleno.

Já a Syngenta será parceira numa estratégia que visa a desenvolver o sorgo sacarino como fonte de açúcares fermentáveis nas usinas de etanol no Brasil.

A Ceres também está lançando oito novos híbridos de sorgo sacarino com vistas ao manejo da cultura na safra 2013/14. O novo portfólio abrange seis híbridos de ciclo pleno da marca BLADE® – CB 7640, CB 7621, CB 7521, CB 7300, CB 7290 e CB 7201 – e dois de ciclo precoce – EJ 7282 e EJ 7281. Estes, diz o executivo, têm recomendação de cultivo no início da safra de sorgo sacarino, entre os meses de novembro e dezembro.

Após instalar-se e consolidar sua estrutura operacional no País em Janeiro de 2010, a Ceres considera ter avançado rapidamente e aposta no crescimento do número de ‘sorgoviais’ instalados nas usinas. “As principais empresas do Brasil estão aderindo à nossa tecnologia e a veem hoje como a melhor e mais viável alternativa de curto prazo no suporte à produção do etanol, bem como à cogeração de energia”, conclui Antonio Kaupert.

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