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Pesquisadores isolaram duas cepas de Aspergillus flavus atoxigênicas, PA51 e PA61, que inibem com eficácia a produção de aflatoxina B1 (AFB1) em amendoim e milho. Em testes com grãos contaminados, PA51 reduziu a produção de AFB1 em até 92,13% no milho e 85,69% no amendoim. Já PA61 alcançou reduções de 89,21% e 95,77%, respectivamente.
Além de controlar A. flavus tóxicos, as cepas atoxigênicas demonstraram forte ação antifúngica contra outros patógenos agrícolas. A PA51 inibiu em 74,57% o crescimento de Sclerotium rolfsii; 88,67% de Fusarium proliferatum e 90,44% de Fusarium verticillioides. A PA61 atingiu 78,52%, 86,59% e 90,59% de inibição, respectivamente.
O sobrenadante (extrato líquido da cultura) das cepas também apresentou atividade antifúngica. Em concentração de 20%, o sobrenadante de PA51 reduziu o crescimento de S. rolfsii, F. proliferatum e F. verticillioides em até 50,84%. O de PA61 alcançou até 45,75% de inibição. Os compostos presentes nesses extratos afetaram diretamente os fungos, interrompendo processos celulares essenciais.
No caso de S. rolfsii, o sobrenadante bloqueou a germinação de escleródios, reduziu a secreção de ácido oxálico e diminuiu a atividade da enzima poligalacturonase, fatores fundamentais para sua infecção em plantas. Em Fusarium spp., houve redução significativa na produção de fumonisina B1 (FB1), uma micotoxina altamente tóxica. PA51 reduziu a produção de FB1 entre 44,08% e 78,06%; PA61, entre 41,96% e 71,40%.
Análises moleculares e transcritômicas revelaram que os compostos ativos danificaram a parede e a membrana celular dos patógenos, induziram estresse oxidativo e afetaram o metabolismo energético. Os fungos apresentaram disfunções mitocondriais, queda na produção de ATP e redução de enzimas essenciais à respiração celular.
Testes de campo realizados em plantações de amendoim e milho em Liaocheng, província de Shandong, China, comprovaram a eficácia do tratamento. A aplicação do agente biológico no solo reduziu os níveis de AFB1 e FB1 em até 80% nos grãos e no solo.
As cepas PA51 e PA61 foram isoladas de áreas agrícolas locais, o que aumenta sua adaptação ao ambiente e reduz o risco ecológico de introdução de espécies exóticas. Ambas pertencem ao morfotipo L de A. flavus, caracterizado por alta produção de esporos e escleródios maiores, o que favorece sua persistência no campo.
Outras informações em doi.org/10.1016/j.pestbp.2025.106760
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