CCAS se posiciona a favor da desburocratização nos processos de aprovação de agroquímicos

“A questão não é evitar ou não agrotóxicos, mas como usá-los e torná-los cada vez mais seguros”, Caio Carbonari

09.12.2022 | 10:09 (UTC -3)
Mariana Cremasco

Em 2022 a lei dos pesticidas foi um dos principais assuntos no Brasil, quando se fala em Agronegócio. A aprovação na Câmara dos Deputados de um projeto de lei que regulamenta a obtenção de registro para defensivos agrícolas, centraliza no Ministério da Agricultura as tarefas de fiscalização e análise desses produtos para uso agropecuário e prevê a concessão de registro temporário se o prazo não for cumprido, causou muita controvérsia.

O Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS), é a favor da celeridade na aprovação de novos agroquímicos que à luz do conhecimento científico sejam seguros para o ambiente, consumidor e agricultor. Para o professor associado da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp, Caio Carbonari, membro do CCAS, moléculas modernas de defensivos garantem maior eficácia no controle de pragas. Carbonari explica que o uso correto dos defensivos não oferece riscos à saúde do consumidor.

“O Brasil é membro do Codex Alimentarius, programa da ONU que estabelece limites seguros de resíduos nos alimentos. O Brasil não usa produtos proibidos no mundo e, do outro lado, a Europa usa produtos que não têm registro nem uso no nosso país. É preciso lembrar que agroquímicos são usados e avaliados conforme a necessidade em cada país. Além disso, podem ser reavaliados e proibidos a qualquer momento se houver necessidade”, detalhou Carbonari.

O professor disse ainda que o uso de agroquímicos e novas moléculas também traz benefícios ambientais, ao elevar a produtividade agrícola com menores doses de aplicação. “A questão não é evitar ou não agrotóxicos, mas como usá-los e torná-los cada vez mais seguros”, explicou. Segundo ele, a dose média de aplicação de agroquímicos lançados nas lavouras brasileiras nas décadas de 1970-1980 caiu 88% em comparação com a dos últimos dez anos.

"Os produtos mais recentes são mais seguros para o consumidor. Retardar a chegada disso ao mercado não faz sentido e temos oportunidade de mudar isso com nova lei em tramitação no Senado Federal”, finalizou.

O Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) tem como principal objetivo discutir temas relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto. O CCAS é uma entidade sem fins econômicos, pautando suas ações na imparcialidade, ética e transparência, sempre valorizando o conhecimento científico.

Os associados do CCAS são profissionais de diferentes formações e áreas de atuação, tanto na área pública quanto privada, que comungam o objetivo comum de pugnar pela sustentabilidade da agricultura brasileira. São profissionais que se destacam por suas atividades técnico-científicas e que se dispõem a apresentar fatos, lastreados em verdades científicas, para comprovar a sustentabilidade das atividades agrícolas.

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