Capacitação continuada para a cultura do arroz irrigado no Tocantins

Estas ações foram desenvolvidas na parceria entre a Embrapa Arroz e Feijão (GO), Embrapa Pesca e Aquicultura (TO), Unitins e pela Associação dos Produtores Rurais do Sudoeste do Tocantins (APROEST)

19.10.2017 | 21:59 (UTC -3)
Hélio Magalhães​

Criar um processo de capacitação continuada em que multiplicadores da assistência técnica e extensão rural tenham contato com as principais inovações tecnológicas da cultura do arroz irrigado tropical do Tocantins, este foi o principal objetivo do evento realizado, nos dias 17 e 18 de outubro, na cidade da Lagoa da Confusão, município localizado a 300 km da capital Palmas (TO).

Estas ações foram desenvolvidas na parceria entre a Embrapa Arroz e Feijão (GO), Embrapa Pesca e Aquicultura (TO), Unitins e pela Associação dos Produtores Rurais do Sudoeste do Tocantins (APROEST); durante a condução desta iniciativa no Estado outras parcerias serão efetivadas, como a dos produtores de sementes e das revendas de produtos agropecuários.

Neste primeiro módulo da capacitação continuada participaram 38 técnicos multiplicadores que aprovaram a metodologia apresentada e propuseram a realização de reuniões periódicas para discussões técnicas e aprofundamento do conhecimento.   

Daniel Fragoso, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, no Tocantins, destacou que “a capacitação é realizada de modo que os multiplicadores possam melhorar a qualidade da assistência técnica prestada aos produtores rurais, sendo de grande importância essa parceria entre pesquisadores, produtores e técnicos”.

De acordo com Lineu Domit, chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Arroz e Feijão, e também o principal articulador da capacitação continuada e profundo conhecedor da metodologia, é preciso aproximar os pesquisadores dos agentes multiplicadores: “devemos criar processos contínuos de troca de informações entre a pesquisa, a transferência de tecnologia e os produtores rurais para que os resultados de aumento de produtividade, redução de custos e aumento da lucratividade do agricultor sejam mais efetivos e duradouros”, destacou Domit.

Para Adriano Nascente, pesquisador da área de fitotecnia, também da Unidade de Pesquisa de Goiás, que ministrou palestra e discussões sobre o uso de microrganismos benéficos na cultura do arroz, a grande vantagem da metodologia continuada é que ele não se estabiliza somente em realizar um curso e cada um seguirá para as suas atividades.

A ideia é formar um grupo permanente de pesquisadores e técnicos multiplicadores, que irão se encontrar diversas vezes por ano, para discutir as ações que foram implantadas e demandas para pesquisa. “Queremos criar um grupo forte tecnicamente e que possa proporcionar intervenções significativas no jeito de se cultivar arroz no Tocantins, sempre buscando a sustentabilidade”, acrescenta o pesquisador.

O analista de transferência da Embrapa e coordenador da capacitação continuada no Tocantins, Bernardo Santos, acrescenta que essa metodologia servirá para que os técnicos multiplicadores possam validar as tecnologias desenvolvidas pela pesquisa nas suas regiões de trabalho, de modo que a recomendação e adoção pelos produtores seja mais rápida.

Primeiro módulo

A capacitação continuada dos dias 17 e 18 de outubro foi constituída por palestras e discussões temáticas, seguido de visita às propriedades que irão sediar as Unidades de Referência Tecnológica (URTs).

Foram destacados no encontro temas voltados ao panorama da produção de arroz no Estado, metodologia sobre a capacitação continuada, utilização de microrganismos benéficos e características da tecnologia utilizada na produção de arroz. Além disso, ficou definido a instalação de duas URTs, ou seja, uma na Lagoa da Confusão e outra no município de Formoso do Araguaia.

As tecnologias a serem utilizadas nessas URTs foram discutidas com os técnicos multiplicadores nesse primeiro módulo da capacitação. Para contribuir com a discussão estavam presentes especialistas da Embrapa nas áreas de fitotecnia, plantas daninhas, pragas, doenças e transferência de tecnologia.

Ficou definido que a área será de 5 ha em cada município, sendo que 2 ha serão cultivados com a cultivar BRS Catiana, 2 ha cultivados com BRS Pampeira e 1 ha com IRGA 424.

Nesses locais serão realizados análise de solo para definir a adubação de semeadura. Além disso, nas URTs parte das sementes serão tratadas com microrganismos benéficos para comparar com outra parte que não será tratada, adicionalmente, será realizado o monitoramento de pragas, doenças e plantas daninhas para se realizar o controle.

O engenheiro agrônomo Luan Ceresino, responsável técnico da fazenda Frutac, acrescentou que o encontro entre pesquisadores e técnicos foi positiva, pois o pessoal de campo e os produtores rurais precisam desse contato mais próximo dos pesquisadores para corrigir problemas que ocorrem na produção do arroz.

No final do evento foram definidos alguns temas para serem abordados nos próximos módulos, como o controle de pragas, doenças e plantas daninhas, fertilidade do solo e regulagem de equipamentos agrícolas. A próxima reunião do grupo está marcada para a primeira semana de dezembro próximo, quando será também semeado o arroz nas URTs.


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