Canchim conquista pecuarista no Maranhão

27.08.2009 | 20:59 (UTC -3)

Propriedade maranhense obtém qualidade de carcaça no cruzamento entre touros Canchim e vacas Red Angus e Simental.

As notícias de que o Canchim sempre se destacou na prova de ganho de peso do Instituto de Zootecnia de Sertãozinho/SP, e sobre sua eficiência na conversão alimentar influenciaram a escolha do engenheiro e pecuarista Léo Maniero Filho. Isso foi há 22 anos. De lá para cá, ele se tornou dono de quatro propriedades em Grajaú, no Maranhão. Na fazenda do Ipê Amarelo a produção inclui o ciclo completo e nas três menores, apenas a cria. No total são 12.700 hectares, com as pastagens ocupando metade do terreno. Cerca de 100 touros Canchim cobrem a campo a vacada própria.

Ele conta que a cabeceira da boiada feita no inverno é desmamada com mais de 250 kg e termina acima de 20 arrobas aos 30, 32 meses. A de fundo, no mesmo prazo, com 18@. Já os bezerros da monta de verão, que nascem em maio e junho, e são criados integralmente na época de seca, desmamam mais leves e entram em puberdade com menos peso. Portanto, terminam mais leves. A cabeceira dessa boiada termina com 19@, por volta dos 34, 35 meses, e a de fundo, no mesmo prazo, termina com 17@. As fêmeas inferiores, que representam 15 a 20% do total, são apartadas após a desmama, recriadas durante alguns meses e abatidas com 9 ou 10@. “Prefiro abater esses animais, embora sempre encontre propostas de quem queira comprar esses lotes para criar”, salienta Maniero. Como diz, sendo animais inferiores, eventuais insucessos poderiam injustamente onerar a raça Canchim. Todas as demais fêmeas F1 pesarão mais de 16@ aos 32/34 meses. “O padrão de carcaça das F1 Canchim já se tornou conhecido na minha região, e os lotes disponibilizados para abate tem sempre liquidez imediata”. Os animais F1 têm boa adaptação e capacidade produtiva e reprodutivas para as condições do Maranhão. Com relação à capacidade reprodutiva, ele avalia a F1 Canchim sempre com vantagens em relação à vacada nelore. “Nas condições em que essa última produz um bom bezerro, a F1 Canchim sempre produz um bezerro melhor criado”.

É bom salientar que esses resultados são obtidos exclusivamente a pasto, com sais proteinados de baixo consumo, além do creep feeding na cria, numa região marcada pelo clima tropical quente e semi úmido, com chuvas no inverno e verão seco, destaca a associação da raça. As temperaturas por ali são muito altas, e a estiagem dura sete meses. “Interessante destacar o excelente resultado que estamos obtendo em termos de precocidade e de qualidade de carcaça com a utilização da tourama Canchim sobre vacada F1 de Red Angus e de Simental. O potencial dos machos aliado à habilidade materna das fêmeas têm proporcionado excelentes animais, sem contar a heterose obtida nesse cruzamento”, diz o pecuarista.

Quando começou na atividade, Maniero já tinha a certeza de que o Canchim seria uma raça excepcionalmente feliz em termos de aptidões para o corte. Ele lembra que, logo que a conheceu, conferiu alguns preços de remates ocorridos em leilão. E constatou que ali não se pagava por uma grife, o que invariavelmente acontece com algumas raças. Ele então comprou na região 200 vacas e quatro touros Nelore da seleção VR, de Uberaba, além de um touro Canchim de propriedade de João Paulo Porto, da Ipameri Agropecuária. “Dois anos depois eu estava convencido. Vendi os touros Nelore e mantive o Canchim na vacada”, conta. Posteriormente, resolveu produzir touros Canchim na fazenda. Em 1994 comprou um caminhão de vacas Canchim de Irineu Lopes Machado, da Ilma Agropecuária. No ano seguinte, na liquidação do plantel da Brasiliense Pullmann, adquiriu um outro caminhão de vacas.

O pecuarista comenta que o meio sangue Canchim termina 6 meses mais cedo que o puro nelore, para o mesmo peso. “Nas minhas condições, não tenho qualquer receio de dizer que a vantagem dos cruzados Canchim é eventualmente superior a essa”, diz. Segundo ele, havendo boa disponibilidade de forragem no período seco, os cruzados são sempre mais interessantes. São muito manteúdos, enfrentam qualquer forragem. Em uma pastagem de pojuca passada do ponto, por exemplo, o boi Nelore passa fome, emagrece, fica berrando, e não come. O cruzado Canchim come.

Fonte e informações adicionais: Associação Brasileira de Criadores de Canchim - Tel/Fax: (11) 3873 3099/3873 1891 /

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