Cana gerou 79% da bioeletricidade ofertada à rede

Em 2021, a geração de bioeletricidade para a rede (incluindo os resíduos sucroenergéticos, biogás, lenha, lixívia, resíduos de madeira, capim elefante, casca de arroz) no país foi de 25,4 mil GWh, conforme levantamento da UNICA

23.02.2022 | 16:19 (UTC -3)
Unica

Em 2021, a geração de bioeletricidade para a rede (incluindo os resíduos sucroenergéticos, biogás, lenha, lixívia, resíduos de madeira, capim elefante, casca de arroz) no país foi de 25,4 mil GWh, conforme levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), a partir de dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), representando 4% da geração total produzida no país, sem considerar a produção para o autoconsumo.

A geração pelo setor sucroenergético representou 79,5% da produção total da bioeletricidade ofertada à rede em 2021, seguida pelo licor negro (subproduto da indústria de papel e celulose) com 11,9% e pelo biogás com 4,5%. Em 2021, o setor sucroenergético produziu 20,2 mil GWh para a rede, redução de 10,6% em relação ao ano de 2020, suficiente para a atender 10,2 milhões de residências no ano passado.

A bioeletricidade ofertada pelo setor sucroenergético é sempre uma geração estratégica para o país. Em 2021, foi equivalente a 4% do consumo anual de energia elétrica, a 30% da geração de energia elétrica pela Usina Itaipu em 2021, a 63% da geração pela Usina Belo Monte ou a 31% de toda a geração termelétrica a gás em 2021.

Para o gerente de Bioeletricidade da UNICA, Zilmar Souza, num ano em que vivenciamos a pior crise hidrológica no setor elétrico brasileiro, desde 1930, a energia da biomassa da cana poupou 14% da energia capaz de ser armazenada sob a forma de água nos reservatórios das hidrelétricas do submercado Sudeste/Centro-Oeste, principal do setor elétrico, por conta da maior previsibilidade e disponibilidade da bioeletricidade justamente no período seco e crítico para o setor elétrico brasileiro.

“Dos 20.202 GWh gerados para a rede em 2021, 85% foram ofertados entre maio e novembro, meses que compõem justamente o período seco e crítico para o setor elétrico brasileiro. Se o período a considerar for abril a novembro, o indicador sobe para 96%. Além do mais, a geração da biomassa da cana reduziu as emissões de CO2 estimadas em 7 milhões toneladas, marca que somente seria atingida com o cultivo de 49 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos”, comenta Souza.

Geração acumulada nos últimos 10 anos

Segundo o levantamento, nos últimos 10 anos, de 2012 a 2021, a produção acumulada de bioeletricidade sucroenergética para a rede foi de 196.867 GWh, geração que seria suficiente para suprir o consumo de energia elétrica do mundo por mais de 3 dias, da União Europeia por 25 dias, da China por 13 dias, dos Estados Unidos por 18 dias, do Reino Unido por 232 dias, e da Argentina por quase 1 ano e 8 meses.

Para o relatório completo, acesse o Boletim de Bioeletricidade.  

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