Câmara Setorial da Citricultura discute medidas para conter detecção da doença HLB no RS

Nos próximos dias, Seapdr irá submeter ao Mapa o plano de exclusão e contingência da praga ainda ausente no Estado

14.11.2022 | 13:56 (UTC -3)
Seapdr
Nos pomares monitorados no RS, nenhum foco da praga foi constatado até o momento; Foto: Fernando Dias/Seapdr
Nos pomares monitorados no RS, nenhum foco da praga foi constatado até o momento; Foto: Fernando Dias/Seapdr

O Huanglongbing (HLB), também conhecida como Greening, principal doença mundial dos citros, pautou a reunião híbrida da Câmara Setorial da Citricultura, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), na quinta-feira (10/11). Nos últimos meses, produtores gaúchos de citros têm permanecido em alerta depois de pomares plantados em Santa Catarina terem sido detectados com a praga.

Durante a reunião, os departamentos de defesa sanitária vegetal dos três Estados do Sul apresentaram suas estratégias de contingência, monitoramento, fiscalização e erradicação da doença.

O diretor do Departamento de Defesa Vegetal da Seapdr, Ricardo Felicetti, divulgou um esboço do Plano de Exclusão e Contingência do HLB no Rio Grande do Sul que, nos próximos dias, será submetido para análise do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Segundo Felicetti, nenhum foco de Greening foi constatado até o momento no Estado. Nesse ano, 161 pomares gaúchos foram monitorados pelos fiscais do serviço oficial. No entanto, o diretor reconhece que há riscos de ingresso da praga. “Com a divulgação do nosso plano de contingência, a ideia é que haja uma maior conscientização de todos os envolvidos, produtores, comerciantes, viveiristas, principalmente sobre o transporte de mudas e de ingresso de frutos com resíduos vegetais, para evitar a doença no Rio Grande do Sul”, aponta.

Em Santa Catarina, onde o Greening foi detectado nesse ano, a defesa sanitária está atuando para conter e erradicar as frutíferas diagnosticadas. Segundo o agrônomo da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Solano Andreis, o primeiro foco positivo no Estado foi confirmado em maio, próximo à área urbana do município de Xanxerê. De lá para cá, outros 23 laudos deram positivos. Uma das suspeitas é que a praga começou a circular no Estado por meio de mudas infectadas. No entanto, Andreis afirma que, até o momento, não foi encontrada a presença do psilídeo Diaphorina citri, que é o inseto vetor da bactéria Candidatus Liberibacter spp., agente causal do Greening.

Também participou da reunião da câmara o fiscal de defesa agropecuária da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Paulo Marques. Ele relatou as medidas adotadas no estado paranaense, onde a doença foi constatada pela primeira vez em 2007. Naquele Estado, a maior incidência da praga encontra-se justamente na maior região produtora de citros, o Norte e Noroeste.

Para Marques, é preciso que os Estados ampliem a divulgação sobre a doença, suas características e impactos. “Ela causa queda dos frutos e reduz drasticamente a produtividade da planta. Não existem métodos curativos. A solução é a erradicação das árvores danificadas para que a praga não se alastre ainda mais”, diz. Além da eliminação das plantas, Marques recomenda o monitoramento e controle do vetor (o psilídeo Diaphorina citri), bem como tornar mais rigorosa a fiscalização do comércio de mudas.

Ao final da reunião, o grupo tratou da consulta pública do Mapa, aberta até o final desse mês, para revisão do Programa Nacional de Prevenção e Controle à doença denominada Huanglongbing (HLB), instituído pela Portaria 317, de 2021. Uma sugestão que a Seapdr deverá encaminhar à consulta pública é a adoção de medidas mais eficazes para impedir que folhas e resíduos de ramos estejam presentes no transporte interestadual de frutos. Também será sugerida a exigência de autorização do ingresso interestadual de mudas.

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