Café: futuros do arábica atingem novo recorde

Análise da Hedgepoint indica que a alta do Arábica também apoiou os preços do Robusta

03.02.2025 | 14:40 (UTC -3)
Luciana Minami

Os preços do café seguiram em alta na semana passada, com o Arábica atingindo um recorde de 377,9 c/lb na sexta (31) e acumulando alta de mais de 15% no primeiro mês de 2025.

“Nesta segunda (03), o Arábica se aproxima dos níveis de 385 c/lb, à medida que as preocupações com a oferta se intensificam. Essa alta também apoiou os preços do Robusta, com os contratos de março e maio/25 sendo negociados acima de USD 5.700/mt no fim de janeiro”, diz Laleska Moda, analista de Inteligência de Mercado da Hedgepoint Global Markets.

De acordo com Laleska, “apesar da melhora climática no Brasil, o mercado prevê queda na produção de Arábica para a safra 25/26 e oferta limitada no início de 2025. Estoques certificados da ICE continuam baixos, enquanto torrefadores precisam recompor estoques e fundos especulativos mantêm posições longas, ampliando temores de escassez”.

“Apesar da expectativa de queda na produção de Arábica, o nosso modelo indica um volume total de safra semelhante ao de 24/25. Enquanto se projeta uma redução de 4,9% no Arábica, para 41,1M de sacas, o Conilon deve crescer 14,3%, alcançando 23M de sacas em 25/26, resultando em uma safra total de 64,1M de sacas (+1%)”, destaca a analista.

No entanto, os estoques iniciais estarão nos níveis mais baixos dos últimos anos, o que pode limitar as exportações de Arábica e sustentar os preços.

“As vendas da safra brasileira 24/25 seguem aceleradas, com 82% do Arábica e 91% do Conilon já comercializados, superando a safra anterior e a média. Os produtores brasileiros, bem capitalizados, mostram pouco interesse em novas vendas, o que também ocorre em outras origens, como Vietnã, América Central, Colômbia e Índia, elevando a pressão no mercado”, observa.

No Vietnã, as vendas ainda foram impactadas pelo Ano Novo Lunar. Apesar de preocupações com o impacto dos preços na demanda, ainda não há sinais de enfraquecimento. No Brasil, a diferença de preços entre Arábica e Conilon pode impulsionar o consumo de Conilon no mix doméstico.

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