Cadeia produtiva do algodão é contemplada com boletim P&D

Publicação do IMAmt sobre fisiologia aplicada ao manejo envolve pesquisadores brasileiros e estrangeiros

27.06.2022 | 14:33 (UTC -3)
Imprensa Unoeste
Dr. Fábio Echer ao entregar o boletim para Ricardo Campelo. - Foto: Divulgação
Dr. Fábio Echer ao entregar o boletim para Ricardo Campelo. - Foto: Divulgação

A informação técnica com linguagem de fácil entendimento e o conteúdo produzido em colaboração internacional fazem do Boletim P&D (pesquisa e desenvolvimento) sobre fisiologia aplicada ao manejo do algodão importante ferramenta para os produtores e profissionais que atuam neste segmento. A publicação do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt), com a colaboração da Unesp e Unoeste juntamente com parceiros brasileiros e estrangeiros, é muito bem recebida, conforme o engenheiro agrônomo Ricardo Campelo Pereira, coordenador técnico do grupo Bom Futuro, da região centro-norte do Mato Grosso.

“Nós gestores do departamento de planejamento agrícola e os monitores técnicos ficamos muito contentes e agradecidos em receber o boletim”, diz Ricardo e cita que a publicação contribui com respostas para melhor entendimento de fatores fisiológicos, climáticos, nutricional e da qualidade da fibra do algodão. Afirma que os dados científicos são importantes para direcionar a produção, inclusive no sentido de evitar perdas, ao oferecer subsídios de manejos do solo e da planta. “É publicação atualizada e inovadora que dá para a gente dados positivos, prático e objetivo”, disse ao receber o boletim em recente dia de campo da empresa para a qual trabalha.

Produção científica de qualidade

Para reforçar a avaliação positiva que faz do boletim, Ricardo comenta que a empresa Bom Futuro tem suas fazendas localizadas em várias regiões do estado de Mato Grosso, com diferenças de latitude e longitude de cada região e com o cultivo de algodão 100% safrinha. Os plantios ocorrem em janeiro, com diferentes variedades de ciclos, tardio, médio e precoce; e com talhões com texturas diversas e de diversos anos de cultivo.  “Tem algodão de 1º, 2º cultivo e até de mais de 30 anos”, explica para dizer que o comportamento da planta também é diferente, tanto no estágio vegetativo quanto aos talhões e o sistema radicular.

“Quando a gente vai para o estágio reprodutivo, os talhões e variedades também apresentam diferenças. A gente observa a formação de estrutura de maçã com relação à taxa de abortamento e à cavitação [fenômeno caracterizado pela formação de bolhas de ar na coluna de água dentro do xilema da planta de algodão] e nota que cada safra é uma nova história”, conta para dizer que esse comportamento gera dúvidas e a necessidade da busca de entendimentos que o boletim pode ajudar, ressaltando a reconhecida qualidade de produção científica produzida ou conduzida pelos editores técnicos Dr. Fábio Rafael Echer e Dr. Ciro Antonio Rosolen.

Pesquisadores do Brasil e EUA

Fábio conta que a produção do Boletim P&D Fisiologia aplicada ao manejo do algodão foi pensada no final de 2020, com a finalidade de levar aos produtores e aos profissionais da cadeia produtiva informações mais técnicas e em linguagem de mais fácil entendimento; além de servir como suporte acadêmico para estudantes de graduação e pós-graduação. Fábio atua como professor nos dois níveis de formação profissional e como pesquisador e coordenador do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Agronomia da Unoeste, que oferta mestrado e doutorado. Então, convidou o Dr. Ciro, da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp em Botucatu.

Juntos definiram os temas que seriam abordados e mobilizaram uma rede de pesquisadores para compor os nove capítulos da publicação, com a chancela do IMAmt. No Brasil, além da Unoeste juntamente com o Grupo de Estudos do Algodão e da Unesp, foram envolvidas a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Algodão), a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a Ceres Consultoria Agronômica. No âmbito Internacional: Instituto de Agricultura da Universidade do Tennessee; Texas A&M AgriLife Extension; Universidade de Tecnologia do Texas; e a Faculdade de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade de Geórgia.

Importância acadêmica e social

Visando ampla visibilidade, o boletim está sendo distribuído gratuitamente para universidades, centro de pesquisas, produtores e profissionais do segmento. Também é disponibilizado on-line.  O Dr. Fabio classifica o alcance como grande a assertivo, em se tratando do público que trabalha com algodão. A importância acadêmica da produção está em servir como obra de referência para os estudantes. A importância social está nos impactos diretos nos processos produtivos, além de que o conhecimento é sempre útil na vida das pessoas e no desenvolvimento social e econômico.

O Dr. Fábio também destaca as parcerias internacionais que reforçam a imagem das instituições brasileiras, incluindo a Unoeste; além de serem mantidos relacionamentos para intercâmbios e futuras colaborações em pesquisas. A aluna do mestrado em Agronomia da Unoeste Ester Serra está entre os produtores de conteúdo do boletim e afirma ser uma honra poder colaborar com a obra. “Essa nova oportunidade de contribuir com as informações adquiridas através de todo o trabalho realizado, me traz um sentimento de dever cumprido”, diz.

Para melhorar a eficiência

“Mediante os resultados das análises, o produtor poderá ter novas perspectivas sobre a produção do algodoeiro nos próximos anos. Tenho certeza que as informações que o boletim do algodão trará para os produtores converteram em conhecimentos indispensáveis para o crescimento da cotonicultura brasileira”, pontua Ester. O egresso do mesmo mestrado e aluno do doutorado da Unesp em Botucatu Carlos dos Santos Felipe Cordeiro diz que o trabalho científico que vem sendo feito evidencia a relevância para a cultura do algodão no Estado de São Paulo e em outras regiões, como o Mato Grosso e a Bahia.

“O boletim pode contribuir para os produtores de algodão melhorar a eficiência na produção, ou seja, utilizar da melhor forma os recursos (radiação, água e nutrientes) através no manejo fisiológico da planta”, comenta Carlos que tem participação como autor em um dos capítulos: o que trata da exigência nutricional e manejo da adubação do algodoeiro. Melhoria de eficiência também apontada por Ricardo Campelo Pereira, da Bom Futuro, que é a maior produtora de algodão no Brasil e a maior produtora de soja individual no mundo em área total aproximada de 583 mil hectares cultivados em Mato Grosso.

Serviço

Acesso ao Boletim P&D Fisiologia aplicada ao manejo do algodão neste link.

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