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Começa nesta terça-feira (3), em Brasília/DF, o Simpósio de Destoxificação e Aproveitamento de Tortas de Pinhão-manso e Mamona - SiDAT. Promovido pela Embrapa Agroenergia e a Embrapa Algodão, com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o evento terá duração de dois dias, período em que pesquisadores apresentarão os resultados de seus trabalhos para agregar valor às cadeias produtivas dessas culturas. Além de especialistas de diversas instituições de pesquisa brasileiras, o Simpósio contará com a participação do diretor da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, Harinder Paul Singh Makkar, e do pesquisador indiano Samireddypalle Anandan.
O pinhão-manso e a mamona são espécies oleaginosas que podem gerar matéria-prima para a fabricação de biodiesel. No processo de extração do óleo, o esmagamento das sementes dá origem a um “bagaço” que recebe o nome de torta. Um produto de alto valor agregado que poderia ser gerado a partir desse resíduo é a ração animal. O problema é que, diferente de grãos como a soja, as tortas de pinhão-manso e mamona contêm substâncias tóxicas como os ésteres de forbol e a ricina, respectivamente. Por causa disso, cientistas têm se empenhado em desenvolver técnicas para destoxificar esses materiais ou encontrar outras formas de aproveitá-los.
O professor Ailton Teixeira do Vale, da Universidade de Brasília, está investindo na caracterização energética da torta e da casca do pinhão-manso. “Pouco se conhece sobre o potencial energético da torta e os trabalhos nesta área estão no início. As pesquisas se dividem basicamente em duas frentes: uma sobre o uso direto do resíduo para geração de energia; outra sobre o uso da torta transformada em briquetes e em carvão vegetal”, explica.
Vale acredita no crescimento da produção de pinhão-manso. “O aumento da utilização do pinhão manso gerará uma grande quantidade de resíduos, tanto na forma de casca quanto na forma de torta e devemos estar preparados para indicar alternativas de uso desses materiais”, comenta o professor, ressaltando a necessidade de pesquisas nessa área e eventos como o desta semana para reunir os cientistas e discutir e apresentar soluções.
Aílton do Vale apresentará seu trabalho no Simpósio, na quarta-feira (04/07). Também nesse dia, o pesquisador João Paulo Saraiva Morais, da Embrapa Algodão, vai falar sobre técnicas analíticas para determinar se uma torta de mamona foi destoxificada. O centro de pesquisa desenvolveu uma técnica para análise de torta de mamona, denominada “screening”, que está em processo de patenteamento. A “screening” é uma ferramenta rápida e barata para analisar rapidamente uma grande quantidade de amostras. Por exemplo, se forem analisadas cem amostras e dez forem reprovadas, só será necessário fazer um estudo mais detalhado das reprovadas, poupando testes caros e demorados. “Com o auxílio de parceiros, esperamos poder, no futuro, adaptar o estudo que desenvolvemos para o uso também em torta de pinhão-manso”, diz o pesquisador da Embrapa Algodão.
O SiDAT será realizado no auditório da Embrapa Estudos e Capacitação, que fica no Parque Estação Biológica, s/nº A programação completa e outras informações estão disponíveis no site da Embrapa Agroenergia (
). Todas as vagas já foram preenchidas.
Pinhão-manso e mamona também são o foco de três eventos científicos que acontecem simultaneamente, em Guarapari/ES, de 16 a 19 de julho. Trata-se do V Congresso Brasileiro de Mamona, que será realizado paralelamente ao I Fórum Capixaba de Pinhão-manso e ao 2º Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, no SESC Centro de Turismo da cidade litorânea. Mais informações:
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