​Brasil propõe criar rede internacional de laboratórios para aprimorar segurança de trabalhador rural

Cientistas de Comitê da ISO para Vestimentas Especiais discutem no Instituto de Medicina Ocupacional de Edimburgo medidas para padronizar ensaios de segurança e resistência aplicáveis a esses produtos

22.03.2017 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

Representante do Brasil no Comitê Mundial da International Standartization Organization (ISO), o pesquisador Hamilton Ramos visitou ontem a sede do IOM – Instituto de Medicina Ocupacional do Reino Unido, sediado em Edimburgo, na Escócia. No local, o cientista, coordenador do Programa IAC de Qualidade de EPIs na Agricultura, propôs a criação de uma rede global de laboratórios voltada ao aprimoramento da industrialização de roupas empregadas no trabalho de aplicação de defensivos.

Junto a cientistas de todo o mundo, Ramos participa até a próxima sexta-feira (24) da reunião anual do Comitê da ISO para Vestimentas de Proteção, que acontece na cidade de Leeds, Inglaterra, a 300 km da capital escocesa.

Fundado no Reino Unido em 1969, o IOM, uma instituição sem fins lucrativos considerada modelo na União Europeia, é especializado em pesquisas e serviços nas áreas de saúde ambiental, higiene ocupacional e segurança no trabalho.

Na sede da IOM, O pesquisador brasileiro participou de avaliações de equipamentos instalados no laboratório de vestimentas da entidade, e debateu com colegas a perspectiva de desenvolver um novo protocolo científico com ênfase na norma ISO 17491-4, específica para vestimentas de proteção agrícola. Ramos assinalou ainda que espera avançar no desenvolvimento desse trabalho com a cooperação de pesquisadores de outros países.

Já na reunião mundial da ISO, que prossegue hoje na cidade de Leeds, Hamilton Ramos e a pesquisadora Anugrah Shaw, da universidade americana de Maryland, apresentarão o resultado mais recente de um estudo centrado no aprimoramento da norma ISO 27065 - idealizada pela cientista dos Estados Unidos -, igualmente aplicável a vestimentas de proteção a defensivos. Esse trabalho resulta de um acordo de cooperação mantido desde 2012 entre o Centro de Engenharia e Automação do IAC-SP, da cidade de Jundiaí – órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado -, e a universidade dos EUA.

O pesquisador brasileiro afirma que nos dias de hoje o laboratório do CEA-IAC é o único do Brasil e um dos poucos no mundo apto a realizar todos os testes de segurança prescritos pela norma ISO 27065. “O Brasil tornou-se um dos países mais avançados no desenvolvimento de estudos sobre vestimentas de proteção e a exposição de trabalhadores rurais a defensivos”, afirma Ramos.

Ainda esta semana, o pesquisador irá debater na reunião mundial da ISO a adoção de uma metodologia inédita, também concebida em conjunto com o laboratório do CEA/IAC de Jundiaí, que deverá ser o ponto de partida da criação de uma norma certificadora global para luvas de proteção, produtos empregados nas operações de manuseio e aplicação de defensivos.

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