Brasil discute desafios de mercado, água e fitossanidade

08.06.2015 | 20:59 (UTC -3)
Foto: Mário Sérgio

Os desafios para a cultura da banana no Brasil, serão abordados durante o 8º Simpósio Brasileiro sobre Bananicultura (Sibanana) e a 1ª Feira de Frutas do Norte de Minas (Frutinorte), que começam nesta segunda, 08 e reúnem diferentes seguimentos da cadeia produtiva do setor. Os eventos acontecem simultaneamente, em Montes Claros, no Centro de Eventos do Parque de Exposições João Alencar Athayde, até o dia 12 de junho.

De acordo com a coordenadora desta 8ª edição do Simpósio, Maria Geralda Vilela Rodrigues, também pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), o evento é uma oportunidade para repasse de informações tecnológicas, discussão e definição de estratégias para enfrentar os desafios apresentados pelo novo cenário deste agronegócio. "Atualmente, o Brasil é o terceiro maior país produtor de banana. Somos um dos maiores consumidores da fruta in natura. A bananeira é cultivada em todos os estado brasileiros, portanto, de expressividade socioeconômica para o país, com geração de 1,3 milhões de empregos”, ressalta.

Especialistas de alguns estados produtores dessa fruta irão discutir temas, como mercado externo, pré e pós-colheita, fisiologia e produção em cultivo de campo e protegido, ecofisiologia e manejo da bananeira, tecnologia do uso de microorganismos benéficos na produção e no controle de pragas da bananeira, evolução da adubação e da nutrição mineral da bananeira, recursos hídricos e clima, ameaças fitossanitárias da bananicultura, riscos e opções de manejo. Duas visitas técnicas também integram a programação para que os participantes conheçam in loco os manejos e técnicas de produção no campo. “Nacionalmente, o setor se encontra em um momento de mudança de cenário. Um dos principais limitantes da bananicultura, hoje, com tendência de agravamento, é a restrição hídrica e será um dos temas centrais desse Simpósio”, explica a coordenadora.

Resultados de pesquisas em adubação e nutrição da bananeira desenvolvida no Norte de Minas também serão apresentados no evento pelo pesquisador da EPAMIG José Tadeu Alves da Silva. Desde 1994, são realizados estudos para estabelecimento de parâmetros quanto à adubação de bananeiras na região. Segundo Tadeu, os resultados têm mostrado que o uso de potássio é importante na elevação da produção e na redução da incidência da doença mal-do-panamá. "Verificamos que a bananeira apresenta baixa resposta à aplicação de nitrogênio, quando cultivada em solo com médio a alto teor de matéria orgânica", afirma. Outros estudos têm sido realizados pela EPAMIG com o objetivo de verificar os efeitos dos nutrientes sobre a produção da bananeira ‘Prata anã’ e suas relações com a incidência de doenças, como o mal-do-Panamá.

Para o bananicultor Rodolpho Rebello, que há 17 anos cultiva as variedades de banana Prata-Anã e Nanica em Pedras de Maria da Cruz (MG), a fertilização é o segundo item de maior custo da sua produção. “Com a alta do dólar e da inflação, o preço do adubo aumentou significativamente, portanto, temos buscado alternativas junto à pesquisa, como aumentar a matéria orgânica na mistura com o adubo convencional”, conta. Rodolpho afirma que é também uma prática mais sustentável de produção.

Minas Gerais ocupa a terceira posição na produção nacional. O Norte de Minas é responsável por mais da metade da produção do Estado (52,4%), com grande demanda tecnológica por ser região semiárida. "No Norte de Minas, que é um dos principais polos produtores do país, o cultivo de banana é 100% irrigado. Nos bananais, mesmo naqueles localizados dentro de perímetros públicos de irrigação, ficam cada vez mais comuns os racionamentos. Isto exige aprimoramento do conhecimento do clima, da disponibilidade hídrica de cada polo de produção, além de melhoria na eficiência de uso da água", destaca a coordenadora do Simpósio Maria Geralda.

As inscrições individuais para o 8º Sibanana podem ser feitas pelo site www.sibanana.com.br ou no local do evento. O Simpósio possui condições especiais para grupos. Informações: (31) 3261-7004 / comercial@frutinorte.com.br.

Já a entrada na Frutinorte 2015 é gratuita.

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