Boletim da Conab aponta impacto do clima nas lavouras em junho

Milho segunda safra teve bom desempenho, enquanto excesso de chuvas atrasou a semeadura de inverno no Sul

27.06.2025 | 09:28 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações da Conab

O mês de junho foi marcado por variações climáticas que impactaram de forma distinta as lavouras brasileiras. De acordo com o Boletim de Monitoramento Agrícola da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os maiores volumes de chuva se concentraram na Região Norte e no Rio Grande do Sul, beneficiando algumas culturas e prejudicando outras.

No Pará, o milho segunda safra em fase reprodutiva teve bom desempenho, assim como o milho e o feijão terceira safra na região do Sealba (Sergipe, Alagoas e Nordeste da Bahia) e a soja em Roraima. Por outro lado, o excesso de chuvas no Sul, especialmente no Rio Grande do Sul, dificultou a semeadura dos cultivos de inverno, com destaque para o trigo.

Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, o clima mais seco favoreceu a maturação e a colheita do milho e do algodão. No entanto, em algumas áreas, a baixa umidade do solo afetou lavouras ainda em desenvolvimento. Apesar dos impactos das chuvas, as lavouras de inverno gaúchas mostram bom desenvolvimento, e os dados de monitoramento por satélite apontam que o milho segunda safra segue com bom potencial produtivo no país, apresentando índices de vegetação superiores aos registrados em safras anteriores.

Situação por cultura

A colheita do algodão avançou em estados como Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, impulsionada pela maturação das plantas. Em Mato Grosso, a abertura dos capulhos e o início do manejo de desfolha indicam condições favoráveis para a colheita mecanizada. Na Bahia e no Maranhão, no entanto, a produtividade ficou abaixo do esperado devido a estresse hídrico e falhas no manejo. No Pará e no Piauí, as lavouras estão bem desenvolvidas, apesar de perdas pontuais em algumas áreas.

A colheita do milho primeira safra segue lenta no Rio Grande do Sul, onde as chuvas têm prejudicado tanto o andamento dos trabalhos quanto a qualidade dos grãos. Em estados como Piauí, Bahia e Maranhão, a colheita já avançou e, mesmo com produtividades ligeiramente abaixo do estimado, os resultados são considerados satisfatórios.

A segunda safra de milho ganhou ritmo em junho, especialmente em Mato Grosso, Paraná e Goiás, com a redução das chuvas favorecendo a perda de umidade dos grãos. Já em Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul, a combinação de temperaturas mais baixas e elevada umidade tem atrasado a secagem natural. No Norte e no Nordeste, a colheita avança com rendimentos acima das expectativas, com destaque para Tocantins, Maranhão, Piauí, Pará e Rondônia.

A terceira safra de milho está em fase inicial de desenvolvimento na Bahia, em Sergipe e em Alagoas. As chuvas regulares e bem distribuídas garantem boas condições para o avanço das lavouras.

No Rio Grande do Sul, as chuvas persistentes continuam prejudicando a semeadura do trigo, especialmente nas regiões das Missões e Alto Uruguai, além de causarem erosão e perda de fertilizantes e plântulas em áreas recém-implantadas. No Paraná e em Santa Catarina, o desenvolvimento das lavouras tem sido favorecido por clima frio e boa umidade no solo. Situação semelhante é observada em estados do Sudeste e Centro-Oeste, como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás. A Bahia já finalizou o plantio e também registra boas condições nas áreas cultivadas.

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