Boas práticas agrícolas podem mitigar risco de morte de polinizadores durante florada da soja
Técnicas de manejo auxiliam os agricultores na conservação de insetos
04.10.2024 | 16:27 (UTC -3)
Roberta Silveira
PUBLIEDITORIAL
A fase reprodutiva da soja, chamada de florada (ou seja, quando as plantas estão em período de florescimento), inicia-se cerca de 20 a 30 dias após a semeadura. Durante o período, é comum que insetos polinizadores (abelhas, por exemplo) visitem as lavouras para forragear a soja e coletar néctar. É fundamental que agricultores estejam atentos à conservação desses insetos na lavoura e apliquem as boas práticas de manejo durante todo o ciclo para mitigar os riscos de morte de polinizadores que pode ser causado pelo manejo indevido de inseticidas.
"O uso indevido de pesticidas é um problema sério que pode causar a morte de polinizadores, e que precisa ser abordado. Na BASF, estamos comprometidos com a biodiversidade, com a segurança alimentar e com o uso seguro de nossas tecnologias. Neste sentido, apoiamos os agricultores com treinamentos constantes para uso seguro e correto de produtos e fomentamos projetos que promovam práticas mais sustentáveis, garantindo a segurança dos polinizadores e a sustentabilidade da agricultura ", afirma Marcelo Batistela, vice-presidente da Divisão de Soluções para Agricultura da BASF no Brasil.
Os polinizadores desempenham um papel crucial na manutenção da biodiversidade e na sustentabilidade em todo o mundo, além de contribuir com a produtividade em diferentes cultivos na agricultura. Estudo liderado por cientistas da Rutgers University-New Brunswick, nos EUA, analisou a produção agrícola em seis continentes (incluindo a América do Sul) e apontou que cerca de dois terços das fazendas não estão produzindo o volume esperado de grãos devido à baixa presença ou até mesmo ausência de polinizadores. Já a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostra que a presença de uma população adequada de abelhas próxima a lavouras aumenta, em média, a produtividade de grãos da soja em até 13%.
Nesse contexto, durante a safra, fazer o bom manejo atentando para o momento, escolha e uso de inseticidas é fundamental para conservar os insetos polinizadores. Os agricultores precisam conhecer o hábito dos insetos polinizadores e devem observar rigorosamente as recomendações de bula para utilização desses produtos, assim como seguir os programas de manejo de pragas e de tecnologia de aplicação, de forma a controlar adequadamente os insetos indesejáveis sem efeitos adversos.
Dicas para melhorar o convívio entre soja e abelhas
Há uma série de boas práticas que agricultores e apicultores devem seguir para fortalecer a convivência harmoniosa entre polinizadores e produção de grãos de soja. Conforme destaca Maurício do Carmo Fernandes, gerente de Stewardship e Sustentabilidade da Divisão de Soluções para Agricultura da BASF no Brasil, é importante saber reconhecer e diferenciar as pragas, os inimigos naturais e os polinizadores na lavoura. Além disso, evitar o uso de inseticidas químicos durante o período em que as abelhas estão forrageando e observar a florada de outras espécies nos arredores do campo também é fundamental, visando proteger as abelhas.
“Os agricultores devem estar atentos porque há um risco maior nessa época: os polinizadores ficam mais ativos ao mesmo tempo em que a atividade agrícola acontece, o que pode levar a mortes dos insetos caso não exista cuidados nas aplicações de inseticidas. Felizmente, há muitos procedimentos simples que os produtores podem seguir para reduzir seus riscos, como o horário da aplicação dos inseticidas, em que recomendamos que seja feita durante o final da tarde e à noite, observar a velocidade do vento, temperatura e a umidade relativa naquele momento. Esse conjunto de detalhes pode proporcionar uma convivência mais harmoniosa entre a produção de grãos de soja e os polinizadores, resultando em benefícios para todos, e é claro, fortalecendo e conservando a nossa biodiversidade”, conclui.
A Embrapa disponibiliza a publicação “Pragas da soja no Brasil e seu manejo integrado”, de forma gratuita, clicando aqui.
BASF está comprometida em iniciativas que promovam a biodiversidade
A Divisão de Soluções para Agricultura da BASF apoia parcerias que fomentem a sustentabilidade. É o caso do projeto “Agricultura para um futuro positivo com a natureza”, um esforço colaborativo que envolve parceiros como Fundação Solidaridad, GeoApis, Wheatley Young Partners, and TEH&CO. Cada parceiro traz experiências e conhecimentos únicos para a mesa, trabalhando juntos para impulsionar mudanças significativas. O objetivo da iniciativa é implementar projetos positivos com a natureza que complementem as práticas agrícolas existentes, ao mesmo tempo em que proporcionam benefícios ambientais e comunitários mais amplos. A primeira fase do projeto teve início em janeiro de 2024 e já conta com a participação de 18 produtores e 19 apicultores, nos municípios de Machadinho e Áurea, no Rio Grande do Sul.
Já com a Embrapa, a BASF desde 2022 tem realizado estudos sobre a convivência harmoniosa entre sojicultura e apicultura em diferentes regiões do Brasil. A partir da validação do protocolo de Boas Práticas Agrícolas e Apícolas, o estudo comprovou ser possível a interação e o convívio entre as duas atividades com benefícios mútuos. Uma cartilha com todas as orientações e resultados do estudo será disponibilizada aos produtores e apicultores em breve.
“Com um conjunto de práticas simples e a atenção dos produtores, é possível garantir a produtividade da lavoura, conservar polinizadores e manter o equilíbrio nas lavouras” afirma o gerente de Stewardship e Sustentabilidade da Divisão de Soluções para Agricultura da BASF no Brasil, Maurício do Carmo Fernandes.
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