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O volume de soja certificada no Brasil cresceu 23% em 2016. Atualmente, o país representa 70% do total certificado no mundo. Nesse sentido, a Basf em conjunto com a AMAGGI e a Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS) viabilizaram um estudo para verificar os ganhos ambientais, sociais e econômicos em lavouras de soja certificada pela RTRS. A Associação promove a produção, processamento e comercialização responsável da oleaginosa em nível global. O objetivo da iniciativa é fazer um diagnóstico sobre como a certificação fomenta a sustentabilidade em toda a cadeia agrícola.
“A BASF acredita nos benefícios da certificação RTRS para o agricultor. E o estudo vem demonstrar que esse processo traz ganhos reais de produtividade, redução de custos e mais segurança, o que contribui para aumentar o potencial competitivo da soja brasileira”, afirma Daniela Ferreroni, gerente de Comunicação e Sustentabilidade da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF no Brasil.
O estudo foi aplicado pela Fundação Espaço ECO (FEE), consultoria para sustentabilidade que desenvolve projetos customizados para avaliação dos impactos econômicos, ambientais e sociais de produtos ou processos e otimização de recursos. Em um primeiro momento a equipe da FEE reuniu, por meio de uma ampla pesquisa bibliográfica, os benefícios mais comuns associados à certificação de soja, além dos temas críticos e questões de interesse dos tomadores de decisão da cadeia agrícola.
Na sequência, foram entrevistados 32 produtores de soja certificada pela RTRS nas regiões de Mato Grosso, Goiás e Matopiba (com foco nos estados de Maranhão e Bahia) e 12 representantes de outros setores da cadeia de valor, como exportadores, indústrias, sociedade civil, entre outros.
“As respostas comprovaram que o processo de certificação ajuda a operacionalizar e a manter as iniciativas sustentáveis nas fazendas. Essa compreensão contribuiu para um padrão de produção responsável no Brasil, um dos maiores fornecedores de soja do mundo”, ressalta Rodolfo Viana, diretor-presidente da Fundação Espaço ECO (FEE).
Entre os diversos impactos positivos percebidos após a certificação, a maioria dos produtores vê como benefício imediato a melhora na "organização" geral da fazenda, tanto na infraestrutura como nos processos internos. A segurança em relação à interpretação e ao cumprimento da legislação foi frequentemente mencionada. Também foi verificado que os produtores rurais têm utilizado os créditos recebidos pela soja certificada para investir em capacitação e treinamentos dos seus funcionários.
Os outros setores como exportadores, indústrias e sociedade civil entendem que a certificação é uma ferramenta importante para o gerenciamento de riscos, garantindo a origem responsável da soja, respondendo à legislação dos países importadores e aumentando a transparência na cadeia de suprimentos. Também gera valor em termos de imagem e reputação, demonstrando compromisso com exigências de mercado e acionistas. Além disso, impulsiona o desenvolvimento da cadeia de valor e a melhoria contínua, facilitando o diálogo entre públicos de diferentes setores.
A AMAGGI foi a primeira empresa do mundo a receber a certificação da RTRS. “Para o grupo, as certificações são essenciais para agregar valor à cadeia e garantir que os clientes estão comprando um produto ambiental, social e economicamente correto”, afirma Juliana Lopes, diretora de Sustentabilidade e Comunicação da AMAGGI.
O diagnóstico também mostrou que os principais desafios para a certificação estão relacionados à mudança de mentalidade e engajamento dos envolvidos no processo, o desenvolvimento de uma visão de gestão mais robusta dentro da fazenda, bem como a necessidade de enxergar os custos de adequação geral como investimentos de longo prazo.
“Estamos trabalhando em conjunto com empresas comprometidas como BASF e AMAGGI para acelerar a produção, comercialização e logística de soja sustentável por meio de um profundo conhecimento dos impactos que a certificação RTRS tem para produtor, sociedade e todos os atores envolvidos. O próximo passo do estudo será definir indicadores prioritários para o produtor e desenvolver um sistema consistente de monitoramento e avaliação que possa ajudar a acompanhar o progresso, proporcionar mais transparência, medir e monitorar para finalmente gerar informações de alta qualidade que auxiliem no processo de tomada de decisão”, afirma Marcelo Visconti, diretor-executivo da Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS).
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