Produtores rurais de Ribeirão Preto e região recebem novidades para incrementar as soluções nas lavouras e canaviais
Com o objetivo de conhecer as tecnologias utilizadas pelos produtores de guaraná do Amazonas e fortalecer a cultura no Estado, uma equipe formada por técnicos da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), órgão da Secretaria da Agricultura (Seagri), e integrantes da Câmara Setorial do Guaraná da Bahia embarcam para o Amazonas no próximo domingo (26).
Para o presidente da EBDA, Elionaldo de Faro Teles, um dos integrantes da comitiva, o intercâmbio é um importante mecanismo para que os dois estados possam dialogar sobre a cultura. “Esta é uma oportunidade de estreitarmos os laços, firmarmos parcerias e compartilharmos novas tecnologias e infraestrutura de cultivo”, afirmou.
Durante a visita, a comitiva baiana se reunirá com representantes da Conab e Embrapa/DF, agricultores amazonenses, pesquisadores e indústrias locais para analisar o custo de produção da região Norte do Brasil. Também estão previstas visitas a campos produtivos, como explica o coordenador da Cadeia Produtiva do Guaraná, Gerval Teófilo: “queremos conhecer os sistemas de produção e as tecnologias, como por exemplo, o sistema de reprodução da planta, que lá é feito por meio da estaquia e enxertia com alta produtividade, enquanto que na Bahia utilizamos a reprodução por sementes”, disse o coordenador.
Segundo Gerval, a missão técnica também é um importante passo para se iniciar novas pesquisas sobre a cultura no território baiano. “Será uma oportunidade para sensibilizarmos a Embrapa, sobre a necessidade de investimentos em pesquisas direcionadas para o guaraná da Bahia, tendo em vista que somos o maior produtor mundial”, explicou.
O fruto, originário do Amazonas, veio para a Bahia na década de 70, quando um agricultor japonês trouxe, na bagagem, as primeiras mudas para o município de Taperoá, onde se adaptou ao clima e solo baianos, tornando-se uma das principais culturas da região.
A Bahia é o maior produtor de guaraná do mundo, produzindo 2,8 mil toneladas de grãos/ano, e possui 7,6 mil hectares de área plantada. Taperoá destaca-se em produção, em todo o Estado, com 1,7 mil hectares de área plantada, produção anual de mais de 800 toneladas, e produtividade de 430kg de grãos, por hectare. Seguindo a Bahia vem o Amazonas, com 5,6 mil hectares de área plantada. O cultivo do guaraná é de grande importância socioeconômica para a Bahia, já que assegura renda a mais de cinco mil famílias rurais.
A sustentabilidade socioambiental do guaraná é uma das pautas de trabalho da EBDA, que presta Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) às unidades familiares que cultivam o fruto. A elaboração de projetos de custeio e de investimento rural através do Programa de Crédito Assistido (Seagri/EBDA/BNB), o ensino de compostagem orgânica e de controle biológico de pragas, o processamento e o beneficiamento dos grãos, e pesquisas direcionadas para conhecer os teores de umidade e de cafeína do guaraná são alguns trabalhos da EBDA com a cultura, no Baixo Sul, onde se concentra a produção estadual.
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