Bahia e Acre assinam termo de cooperação e farão intercâmbio na área de defesa agropecuária

28.02.2012 | 20:59 (UTC -3)
Josalto Alves

“Falar de defesa agropecuária hoje em dia é obrigação de quem tem responsabilidade com a economia tanto do Estado como a do País. Depois da entrada da Sigatoka Negra da bananeira aqui no nosso estado todo mundo sabe da importância de cuidar bem da proteção fitossanitária das culturas. O que vivemos há pouco tempo atrás aqui no Acre, com certeza o secretário da Bahia, Eduardo Salles, não quer que aconteça com os produtores de banana do seu estado”, afirma o Secretário da Agricultura do Acre, Mauro Ribeiro. Ele ainda complementa a sua fala, como engenheiro agrônomo e mestre em doenças de plantas, ressaltando a importância da preocupação da Bahia por ser o Acre uma das possíveis portas de entrada para uma doença que pode prejudicar muito uma das culturas mais importantes da Bahia, que é a Monilíase do Cacaueiro.

Ribeiro afirmou que o Acre vai ajudar sim ajudar o Brasil, através do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal, (Idaf), numa articulação com o Ministério da Agricultura, para tentar retardar ou impedir que a Monilíase do Cacaueiro entre no País ao menos por esta fronteira, ao assinar, nesta segunda-feira (27), o Termo de Cooperação Técnica com a Secretária da Agricultura da Bahia/Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). Participaram do ato o diretor do Idaf, Luiz Augusto Ribeiro do Valle; o diretor geral e o diretor de Defesa Vegetal da Adab, Paulo Emílio Torre e Armando Sá, respectivamente.

A monília é uma doença devastadora para o cacaueiro, cujo agente causal é o fungo Moniliophthora roreri, até o momento inexistente no Brasil. Endêmica do noroeste da América Latina e também de alguns países da América Central, foi registrada pela primeira vez no Equador em 1917 de onde se disseminou para a Colômbia (1930), Venezuela (1941), Panamá (1949), Costa Rica (1978), Nicarágua (1980) Peru (1988), Honduras (1997) e Belize (2002). Nestes países, os danos econômicos causados pela monília variam de 50 a 100%.

Com 12% do Estado com áreas abertas para a agropecuária, o Acre sofre as conseqüências da entrada no Sigatoka Negra, praga que ataca a cultura da banana. Por causa disso, o Estado está impedido de exportar sua produção de banana para outros estados da federação. A Sigatoka Negra foi constatada no Brasil em fevereiro de 1998, no Amazonas, estando presente no Acre, Rondônia, Pará, Roraima e Amapá, além de Mato Grosso. O desenvolvimento de lesões de Sigatoka e a sua disseminação são fortemente influenciados por fatores ambientais como umidade, temperatura e vento.

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

acessar grupo whatsapp
Agritechnica 2025