Citros: SP tem novas medidas para combate ao greening
A partir do investimento em pesquisa, muitas empresas já estão aproveitando resíduos para criar novos produtos. No Rio Grande do Sul, um negócio que vem crescendo é o aproveitamento do bagaço da uva para a produção de substratos e fertilizantes.
A inovação é da empresa Beifiur, que fica em Garibaldi, a 110 km da capital Porto Alegre (RS). Tudo começou em 1993, com a abertura de uma empresa para trabalhar com projetos de jardinagem. “Percebemos que na execução dos jardins se ocupava bastante terra. Essa necessidade de solo levava a atividade da nossa empresa bem como de toda a cadeia da floricultura na região a consumir quantidades significativas de solo extraídas de forma incorreta”, explica o sócio da Beifiur Valdecir Ferrari.
Por isso, em 1996, a empresa iniciou uma pesquisa para usar o resíduo da industrialização da uva na fabricação de substratos que permitissem o plantio de vegetais em vasos e outros recipientes, substituindo o uso do solo. “A indústria vinícola gera na região uma grande quantidade desses resíduos que não eram aproveitados e, com a nossa pequena pesquisa, achamos a saída que solucionava o problema ambiental deles e o nosso também”, conta.
Usando as sementes da uva, casca e parte da polpa e também o cacho da uva, chamado de engaço, a empresa passou a desenvolver produtos e a entrar também em novos mercados como o de produção de mudas e de compostos orgânicos. Além dos substratos, também são produzidos condicionadores, usados para melhorar a estrutura física e biológica do solo. Esses produtos ganharam escala em 2001.
O investimento em pesquisa e em inovação fez com que a empresa Beifiur crescesse. E, de acordo com Valdecir, os planos para o futuro também são grandes. “Temos um projeto em andamento para implantar parreirais de produção orgânica, e a idéia é que a partir de 2013 já tenhamos instalada uma indústria de sucos orgânicos”, diz.
O objetivo é ter o aproveitamento total dos resíduos dessa produção. Haverá também o extrato de óleo da semente da uva e a fabricação de fertilizantes orgânicos. “Nós queremos ter um complexo pequeno, mas organizado e com uma visão de sustentabilidade”, conta.
Valdecir é daqueles que levanta a bandeira da inovação para ter mais competitividade e se manter no mercado. “Parte do lucro da empresa, no lugar de ser distribuída aos sócios, é direcionada para pesquisa e criação de novos negócios. Assim fizemos nestes 15 anos de empreendimento e pretendemos continuar. Queremos usar a nossa capacidade para gerar oportunidades sustentáveis para a sociedade e para as pessoas que trabalham em nossos negócios”, ressalta.
Nem a crise mundial assusta o empreendedorismo de Valdecir. Segundo ele, a demanda neste ano está melhor que a de 2008, e vai investir em embalagens para os produtos e em uma estruturação comercial visando ao mercado nacional. “Como estamos bem enxutos e com produtos inovadores, a crise financeira mundial deve apenas diminuir a nossa velocidade de crescimento”, afirma.
Segundo ele é importante inovar, mas com pés no chão. “O investimento em inovação sempre acaba custando bastante, mas é melhor e mais saudável para a empresa do que fazer poupança. Porém, é preciso ter o cuidado para ir na velocidade certa, visualizando mercados futuros e não superados”.
O assunto será tema de palestra durante evento interno do Sebrae: o Seminário Inovação no Agronegócio, que será realizado em Brasília de 18 a 20 de março.
Giovana Perfeito
Agência Sebrae de Notícias
(61) 3348-7138 e 2107-9362
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