Autoridades cobram por soluções para problema da Helicoverpa armigera

05.08.2013 | 20:59 (UTC -3)
Marcos Oliveira

Na abertura do Seminário Brasileiro Sobre Helicoverpa as autoridades presentes cobraram medidas que solucionem o problema para que a safra 2013/2014 não sofra tantas perdas quanto a atual. “Já contabilizamos R$ 10,7 bi de prejuízo na safra brasileira, somando os estados da Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais e as culturas de soja, milho e algodão. Daqui há 50 dias iniciamos o plantio da nova safra. Qual será o tamanho do novo prejuízo? Não podemos sofrer com isso novamente. Espero que possamos sair deste seminário com diretrizes que nos orientem para um plantio mais seguro na nova safra”, disse o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Gilson Pinesso. Abapa - Seminário Helicoverpa - abertura Pinesso.jpg

Para a presidente da Associação Baiana dos produtores de Algodão, Isabel da Cunha, o momento é de aprendizado e crescimento. “São desafios como este que nos fazem crescer. Para vencê-lo, precisamos nos unir”, afirmou. Julio Busato, presidente da Associação dos Irrigantes da Bahia (Aiba), lembrou que em fevereiro, durante o Fórum sobre Helicoverpa da Bahia, a preocupação com a lagarta já era muito grande. “Hoje vemos que perdemos esta batalha. Entre gastos com defensivos e perda na produção, somamos mais de R$ 1,5 bilhão. Temos, agora, que nos organizar e ter muito espírito coletivo para sobrevivermos”, sugeriu Busato.

Para o prefeito de Luis Eduardo Magalhães, Humberto Santa Cruz, é preciso investir em pesquisa. “Estamos vivenciando um problema muito grande. Temos que fazer todos os esforços para investirmos em pesquisa. Não podemos ter dificuldade de centralizar recursos nisso. Ela é importante nesta luta”, enfatizou.

O presidente do Instituto Brasileiro do Algodão (Iba), Haroldo da Cunha, lembrou, no entanto, que não basta apenas uma medida, mas sim um conjunto de ações. “Temos que retomar conceitos que andam esquecidos, como o Manejo Integrado de Pragas. Não é só a liberação emergencial de produtos, ou o uso de transgênicos que vai solucionar o problema. Precisamos de medidas em conjunto. Uma série de ações que possam solucionar isto. Não podemos entrar em mais uma safra sem segurança.”

Segundo Sérgio De Marco, presidente da Câmara Setorial do Algodão, é preciso que o produtor se mobilize para resolver o problema por si só. “O governo faz e depois desfaz. Nós lutamos e conseguimos, via Mapa, o registro emergencial do benzoato de emamectina. Mas aí vem o ministério Público da BA e proíbe. Que governo é este? A burocracia que impera é inimaginável. Precisamos resolver isto sozinhos”, afirmou De Marco.

O diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Cosam Coutinho, revelou que o decreto emergencial para aplicação do Benzoato de Emamectina está pronto, aguardando apenas a assinatura da presidente Dilma Roussef. “O Mapaé parceiro do produtor e não está se omitindo nesta questão. Não vemos a Helicoverpa como um problema da Bahia, mas de todo o país”, disse. A expectativa dos produtores é que o decreto seja assinado na próxima semana e o uso emergencial do produto seja liberado pelo Ministério Público da Bahia.

Abapa - Seminário Helicoverpa - abertura mesa.jpgO secretário de Agricultura da Bahia, Eduardo Salles, concorda que a mobilização e união dos produtores é fundamental, mas cobrou mais pesquisa. “Quero aproveitar a presença da Embrapa aqui para solicitar a instalação de uma unidade da Embrapa em Luis Eduardo Magalhães. Já passou da hora de termos condições de pesquisa em uma região que é o futuro da agropecuária no Brasil e no mundo”, pediu.

O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Ladislau Martim Neto, firmou o compromisso de pesquisa da Empresa para enfrentar o problema da Helicoverpa armigera e anunciou a criação de um novo programa. “Estamos trabalhando pelo lançamento do Programa Nacional de Melhoramento Genético Preventivo. Assim conseguimos antever problemas como este que estamos enfrentando”, contou. Mas, segundo ele, no momento, é preciso pensar em um manejo integrado de pragas efetivo para a situação de emergência.

O Seminário Brasileiro sobre Helicoverpa está sendo organizado pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e Associação de Irrigantes da Bahia (Aiba) com o apoio do Mapa.

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