Aspectos determinantes para produção de milho safrinha são debatidos

27.11.2009 | 21:59 (UTC -3)

Fatores importantes para a cultura do milho foram debatidos por pesquisadores, técnicos e produtores rurais durante o X Seminário Nacional de Milho Safrinha, que reuniu cerca de 500 participantes entre os dias 24 e 26 de novembro em Rio Verde, Goiás.

Painéis sobre clima e solo despertaram a atenção dos participantes, temas considerados como determinantes para a produção de milho safrinha.

Nesse contexto, o zoneamento agrícola de risco climático foi abordado pelo pesquisador Orivaldo Brunini,

Brunini explicou que, definida a região, é feita uma avaliação técnica. “Não é simplesmente falar se tem risco de geada ou de seca, mas é preciso ter uma análise global de toda a situação”, enfatizou o pesquisador.

Para ele, com a ocorrência de mudanças climáticas é preciso ver o que será mais afetado, considerando parâmetros de temperatura e disponibilidade de água. A partir de então, é possível propor ações de mitigação de danos ambientais e adaptação das culturas.

Brunini explica que o zoneamento para estabelecer o cultivo da safrinha deve se basear na potencialidade climática de cada região. “Não basta dizer que uma região tem aptidão para o milho safrinha. É preciso quantificar risco de seca ou veranicos, risco de geada, de altas temperaturas em fase de pendoamento e risco de excesso hídrico na colheita”.

O consultor Luiz Marcelo Aguiar Sans ressaltou que o zoneamento agrícola considera, além do clima, o solo e a planta. “Não dá para trabalhar com clima sem levar em consideração o solo”, ressaltou. Ele explica que a temperatura do terreno influencia muitos fatores, como germinação de sementes, absorção de água e de nutrientes.

O professor da

, Cássio Antonio Tormena, chamou a atenção para os impactos da agricultura nos solos, destacando que a estrutura dos terrenos é submetida a estresses cada vez maiores com preparo para plantio convencional, tráfego de máquinas e sucessão de culturas.

Ele ressaltou que, enquanto problemas químicos, como a acidez do solo, podem ser resolvidos com correções, como a calagem, para os problemas físicos, as soluções estão concentradas em ações de manejo permanente.

O professor explica que a produtividade da lavoura depende da condição estrutural do solo, elemento que fornece ar, água, nutrientes e suporte mecânico para o crescimento da planta. O aumento da compactação do terreno dificulta a penetração da raiz e seu acesso à água e à oxigenação adequada.

Tormena destacou a importância do manejo do solo em sistema de plantio direto com diversificação de culturas e formação de palha. O professor afirma que é preciso fazer um planejamento do sistema de produção para minimizar danos à estrutura do solo e melhorar a eficiência da absorção de água.

Em relação à adubação, o pesquisador Aildson Pereira Duarte, da

, explicou que a recomendação é de 17 quilos de nitrogênio por tonelada de milho na safra de verão. Já na safrinha, basta aplicar de 10 a 14 kg de nitrogênio por tonelada. Em caso de sucessão à cultura da soja, a aplicação de doses entre 30 e 40 kg por hectare é eficiente para obter produtividade de quatro toneladas por hectare na safrinha de milho.

Pós-colheita

Depois da produção, é preciso estocar os grãos. O painel sobre armazenamento abordou os cuidados necessários nessa etapa. O pesquisador da

(Londrina-PR) Irineu Lorini destacou que é preciso manter a qualidade dos grãos. “Não basta produzir, tem que conservar. Por isso, é preciso armazenar bem”, afirmou.

Irineu apresentou o problema da insuficiência de armazéns no país. A capacidade é de estocar 133,5 milhões de toneladas em 17.247 unidades armazenadoras, segundo dados da

). A produção brasileira foi de 144 milhões de toneladas de grãos na safra 2007/08.

O pesquisador ressalta que as dificuldades de comercialização e escoamento da safra tornam ainda mais importante o bom armazenamento, porque os produtos não podem perder a qualidade.

Os principais desafios na armazenagem foram apresentados. Entre eles, estão a prevenção e o combate a pragas e a secagem adequada dos grãos. O pesquisador explicou que é preciso fazer limpeza e higienização da estrutura armazenadora. Varrer e lavar as diversas áreas, como silos, moendas, túneis de graneleiros e esteiras. Caso contrário, as pragas podem se proliferar, atingir os grãos e, por consequência, contaminar produtos da indústria alimentar. Como exemplo, ele apresentou a ocorrência de ovos de larvas em barras de cereal.

Irineu afirmou que algumas pessoas temem lavar armazéns porque acham que não pode haver umidade no local. Mas ele ressalta que é de extrema importância higienizar as estruturas para manter a qualidade dos produtos. “Após lavar, basta esperar o local ficar seco, o que não demora, para voltar a estocar os grãos”, afirma.

O pesquisador lembrou ainda que métodos simples podem ajudar na prevenção e no controle de pragas. Aumentar a luminosidade no armazém com telhas transparentes, por exemplo, ajuda a evitar a proliferação de traças, que aumentam em ambientes escuros.

Outras informações:

Marina Torres

Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)

/ (31) 3027-1275

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