CBSOJA e Mercosoja: seminário debate importância de agregar valor
Não só de debates científicos será a programação do VI Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, que será realizado de 02 a 05 de junho, em Vitória/ES.
O participante está convidado a participar da exposição “Cândido Portinari: num pé de café nasci”, do artista consagrado que mais retratou o café ao longo de sua obra. Realizado a cada dois anos, o Simpósio é o principal evento promovido pelo Consórcio e que nesta edição enfatiza os temas inovação científica, competitividade e mudanças climáticas.
A arte será o foco da palestra de abertura, que trará uma explanação sobre o Projeto Portinari e será ministrada por João Cândido Portinari, filho do artista que descreveu em sua obra a nossa pátria, de rodas infantis às festas de São João. Ele levará um pouco da história de vida e arte do menino de Brodósqui que alinhava as lavouras de café e a robustez dos trabalhadores do campo com a destreza dos pincéis ou nanquim bico de pena. Uma forma de reverenciar o pintor que conseguia tornar terno o ambiente inóspito do solo desnudo ou de faces famintas de crianças brincando.
Autor da obra “O Lavrador de Café”, pintura que mede um metro por 80 centímetros e retrata um trabalhador negro em uma fazenda de café do início do século 1920, Portinari denota em 56 telas o seu interesse pela cafeicultura nacional. Outro quadro famoso é o “Café”, de 1935, que retrata uma colheita de café com todas as suas particularidades. A razão desta recorrente inspiração pode estar em sua origem, já que em sua biografia o café figura em suas primeiras linhas. Filho de imigrantes italianos que vieram para trabalhar em lavouras de café em Brodósqui, no interior de São Paulo, cresceu em meio aos cafezais com mais onze irmãos.
Cafezais retratados
No resgate de sua história, o café está em outras passagens relevantes. Em 1935, obtém a segunda Menção Honrosa na exposição internacional do Instituto Carnegie de Pittsburgh, Estados Unidos, com a tela Café, que retrata uma cena de colheita típica de sua região de origem. Com infância pobre e humilde, Portinari nem imaginava a projeção que suas obras ganhariam, caracterizada por traços refinados de uma realidade grotesca, expostas em diversas exposições nacionais e internacionais, merecedoras das mais importantes menções e prêmios.
A obra de Portinari é eclética, da temática social, cerne de sua trajetória, às imagens sacras, profanas e folclóricas. Quem já visitou o conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, MG, teve a oportunidade de conhecer as famosas obras da Igreja de São Francisco de Assis, o mural São Francisco (do altar) e a Via Sacra, além dos diversos painéis de azulejo.
Sua técnica de murais chegou muito longe, como obra valorizada nos maiores centros artísticos do mundo. As pinturas de Portinari estão na sede da Organização das Nações Unidas, com o tema Guerra e Paz. Oferecidos pelo governo brasileiro, os painéis, medindo 14 x 10m cada - os maiores pintados por Portinari - encontram-se no hall de entrada do edifício-sede em Nova York.
Outras informações sobre o Projeto Portinari podem ser encontradas no site
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Visite o site do Simpósio:
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Cibele Aguiar
Embrapa Café
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