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Pesquisadores da Universidade da Califórnia, Davis, indicam que o aumento da temperatura e da entrada de nutrientes, impulsionados pelas mudanças climáticas, afetam diretamente a dinâmica metabólica das algas perifíticas em lagos oligotróficos. Experimentos realizados com amostras do Lago Tahoe revelam que essas alterações climáticas devem intensificar os picos sazonais de crescimento de algas, especialmente durante os meses mais frios.
Seu estudo utilizou rochas cobertas por periphyton coletadas na zona costeira oeste do Lago Tahoe. As amostras foram expostas a quatro níveis de aquecimento (entre +3°C e +9°C acima da temperatura ambiente) e dois tratamentos de nutrientes (níveis naturais e enriquecidos). Os cientistas monitoraram a produção primária bruta (GPP), a respiração do ecossistema (ER) e a produção líquida (NEP).
Os resultados apontam que o aquecimento teve efeito mais significativo durante os meses frios, como fevereiro e novembro. Nessas estações, o metabolismo das algas cresceu até 11% por grau Celsius, mesmo sem adição de nutrientes. Já nos meses de verão, o impacto do aquecimento foi nulo ou até negativo.
O pesquisador Nick Framsted, autor principal, atribui esse padrão à sensibilidade metabólica das algas em temperaturas baixas. “No inverno, até pequenos aumentos de temperatura ativam fortemente o metabolismo das algas, que conseguem usar nutrientes disponíveis e gerar novo crescimento”, explicou.
Esse comportamento sugere que o aquecimento climático pode provocar floração precoce de periphyton em lagos frios, alterando o ciclo ecológico desses ecossistemas e impactando sua qualidade visual e química.
Embora o aquecimento mostre efeito consistente, o impacto dos nutrientes variou com as estações.
Em outubro, por exemplo, a adição de nutrientes aumentou a produção primária em 13% e a produção líquida em 11%.
Em junho, os nutrientes aumentaram a respiração do ecossistema em 27%, mas não estimularam o crescimento, sugerindo que a energia foi usada para absorver nutrientes, e não para gerar biomassa.
A resposta ao enriquecimento também depende do tipo de alga dominante. Entre abril e junho, diatomáceas predominaram, enquanto cianobactérias, de crescimento mais lento, dominaram entre agosto e fevereiro. Essa transição afeta a eficiência metabólica e pode explicar por que o aquecimento teve menor impacto no verão.
Lagos oligotróficos, como o Tahoe, possuem águas claras e baixas concentrações de nutrientes. Essas características os tornam vulneráveis a mudanças pequenas no equilíbrio ambiental.
O estudo indica que os impactos climáticos nesses lagos não ocorrem de forma linear ao longo do ano. Ao contrário, há uma sensível amplificação no inverno, quando o sistema encontra-se em baixa atividade e responde mais intensamente a perturbações.
Outro achado relevante foi que, mesmo com nutrientes em níveis naturais, o aquecimento já foi suficiente para estimular o metabolismo das algas. Isso indica que o aquecimento sozinho, sem necessidade de poluição adicional, pode alterar significativamente a produtividade de zonas litorâneas de lagos frios.
As descobertas ajudam a explicar por que florações de periphyton vêm se tornando mais frequentes em lagos de águas claras ao redor do mundo. A presença dessas algas, embora natural e benéfica em certos níveis, quando em excesso, prejudica a qualidade da água, altera o fluxo de nutrientes e afeta o turismo local.
“É essencial compreender a sazonalidade das respostas metabólicas das algas para desenvolver estratégias de controle”, afirmou Steven Sadro, coautor do estudo. Monitoramento contínuo e intervenções planejadas por estação podem evitar florações problemáticas e preservar a integridade ecológica dos lagos.
Embora centrado no Lago Tahoe, o experimento serve de modelo para lagos de alta altitude e baixa fertilidade em diversas regiões do mundo. A metodologia usada, baseada em experimentos controlados com amostras naturais, oferece uma abordagem replicável para investigar efeitos climáticos em sistemas aquáticos.
Outras informações em doi.org/10.1029/2025WR039891
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