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Durante as atividades do XXIII Congresso Latinoamericano de Ciência do Solo e do XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, que acontece de 31 de julho a 04 de agosto, a Embrapa realizou a apresentação de duas novas de tecnologias: o aplicativo AgroTag e a solução tecnológica GeoABC+, componente do projeto IS_Agro, que foi apresentado no primeiro dia do evento (31/7).
A ferramenta AgroTag está disponível para dispositivos móveis Android (celulares, tablets), de onde os dados coletados são enviados automaticamente para uma plataforma, o WebGIS (sistema de mapas e análise geoespacial on-line). A plataforma, que conta com nove módulos, conta com informações importantes para o produtor como o CAR (cadastro ambiental rural) e imagens de satélite preparadas para o setor agrícola, as quais podem ser acessadas diretamente em campo.
O pesquisador Luiz Eduardo Vicente, da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), disse que um dos diferenciais do AgroTag é que ele coleta dados em campo na forma de uma rede colaborativa (o usuário dispõe e recebe dados), armazena dados em nuvem (on-line), dispondo de ferramentas para o processamento de dados geoespaciais, sendo possível, por exemplo, o monitoramento temporal da propriedade.
A plataforma Agrotag possui site específico com todas as informações sobre seu uso e projetos associados, mantendo uma rede de parcerias com universidades e outras instituições como BNDES e governos estaduais, como o governo do estado do Pará, o qual usa o Agrotag como política pública na implantação do projeto Terristórios Sustentáveis. Além de manter um envolvimento com várias unidades de pesquisa da própria Empresa, em vários níveis e projetos, e empresas do setor privado em diferentes regiões do País.
“O AgroTag tem um acervo de dados digitais - especialmente mapas digitais do Brasil - estratégicos para o usuário do aplicativo como produtores rurais e extensionistas, entre outros, que coletam dados na propriedade e conseguem depois analisar esses dados sob a luz desses mapas”, destacou.
Segundo ele, o Congresso é o palco ideal para lançar parcerias realizadas com o AgroTag, como o grupo GEOCis/ESALQ, de Piracicaba (SP), coordenado pelo professor José Alexandre Demattê. Esse grupo desenvolve e aplica técnicas de processamento digital de imagens resultando, por exemplo, em mapas de mineralogia em larga escala (30 metros) e estoque de carbono no solo, em todo o Brasil.
No evento, o grupo de mais de 20 acadêmicos de graduação e pós-graduação, além de bolsistas de pós-doutorado, prestam informações todos os dias sobre o aplicativo e como utilizar os dados armazenados. “Estamos celebrando esta parceria neste Congresso, mostrando mapeamentos de larga escala, mapeamentos de baixo custo envolvendo imagens de satélite disponíveis para os usuários”, disse Vicente. Ele adiantou que o AgroTag é um software oficial da FAO para o projeto WorldSpecs, envolvendo o levantamento de dados espectroradiométricos de solos para o mundo inteiro.
A Embrapa também foi responsável por apresentar a tecnologia GeoABC+, projeto desenvolvido pela Embrapa Solos (RJ) que visa à detecção de sistemas de produção, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), e a política de baixa emissão de carbono. O GeoABC+ é um componente do projeto IS_Agro, que está desenvolvendo soluções digitais para criação, estimativa e divulgação de indicadores agro-socioambientais.
A pesquisadora Margareth Simões, da Embrapa Solos, comentou como surgiu a solução tecnológica. Segundo ela, há necessidade de ter métodos e indicadores que comprovem a sustentabilidade da agricultura brasileira, sobretudo da agricultura de baixa emissão de carbono. “Nós não tínhamos métodos que comprovassem como estão esses sistemas, se estão crescendo, para onde estão crescendo, não se tinha uma forma de monitorar. Há muitos anos, esse levantamento era feito por telefone. Então a Embrapa pegou este desafio, investigando se o sensoriamento remoto e a utilização de imagens de satélites seria capaz de determinar um alvo complexo como os sistemas integrados de produção, e a resposta foi sim. Fomos bem sucedidos em nossa pesquisa”, contou.
O monitoramento é feito utilizando inteligência artificial, séries temporais de imagens de satélites, computação de alto desempenho, mapeando ano a ano esses sistemas integrados e calculando os indicadores da agricultura do Brasil e relacionando-os aos sistemas integrados com diversas cadeias produtivas, como por exemplo a da soja.
A tecnologia foi apresentada no Solos Floripa 2023 pelo interesse crescente apresentado por suas ferramentas e também como forma de responder a uma demanda do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a fim de que o Brasil seja classificado por métricas adequadas, já que apenas as métricas gerais eram aplicadas aos dados agrícolas brasileiros por fóruns internacionais, limitando o País a ocupar posições aquém de sua realidade quanto à sustentabilidade do agro.
Simões esclareceu que a tecnologia tem como usuários os tomadores de decisão, fóruns internacionais, ministérios e organismos gestores de políticas públicas. “Estamos também com uma parceria com a rede ILPF, que possui o envolvimento de parceria público-privada e está muito próxima dos produtores rurais”, destacou.
O evento ainda contou com o seminário “Solos e Biomas como indutores de coordenação e governança econômica”, que teve como moderador o pesquisador José Carlos Polidoro. O Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos do Brasil (PronaSolos) foi apresentado por Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin, chefe-geral da Embrapa Solos.
A pesquisadora procurou identificar participantes de outros países para mostrar as novidades, pois o PronaSolos, que já tem oito anos de execução e é apresentado a cada edição do Congresso, tem atualizações regulares de dados e de informações. Maria de Lourdes lembrou também do segmento acadêmico, uma grande parcela presente ao evento. “Esta é a futura geração que poderá se tornar os cientistas de solos do País. Nosso propósito é trazer palestras que levantem esse ego, mostrando o que é importante para os estudos dos nossos solos”, completou.
Quanto à participação da Embrapa no Congresso, Maria de Lourdes Brefin informou que a Embrapa Solos, que participa de todas as edições, está representada este ano por 23 componentes da sua equipe, todos financiados por projetos de pesquisas. “Cada um está aqui com uma função e uma atuação específica, o estande está movimentando o espaço, pois só a Embrapa está oferecendo todos os dias apresentações de aplicativos e soluções tecnológicas, lançamentos de publicações e de projetos, fazendo a conexão com inúmeras unidades de pesquisa da Empresa e de outras empresas parceiras", concluiu.
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